Desde
rapazinho que sou um entusiástico contador de anedotas. Quando a memória ainda
estava fresca era um colecionador muito competitivo, havia pouco quem soubesse
mais anedotas do que eu, e cada uma que chegava ficava, não era como agora que me entram
a cem e saem a duzentos (aliás, as únicas que tenho memorizadas são as
que aprendi já lá vão longos anos). Houve uma altura em que postava anedotas no
face com alguma regularidade. Mantinha o essencial da anedota, a piada original, mas depois fazia
o meu romance à volta disso e contava-a à minha maneira. Ora, foi uma dessas anedotas que despoletou a reação imediata do
meu crítico de serviço, o ubiano João Leonardo. Contaram-ma como sendo do Samora Machel (que contracenava com o Joaquim Chissano). Resolvi dar-lhe um cunho pessoal e comecei por mudar os nomes dos personagens. Queria nomes que caíssem bem no ouvido e que não fossem vulgares nem corriqueiros, e, depois de alguma reflexão, substituí Samora por Leonardo e Chissano por Aurélio. O João Leonardo é que parece que não gostou nada de ver o seu apelido associado à burrice, e não perdeu a oportunidade de comentar, acutilante e mordaz como de costume.
Foi tudo conforme mostro a seguir. Limito-me a fazer o copy-past da ocorrência (que remonta ao ano da graça de 2015):
Foi tudo conforme mostro a seguir. Limito-me a fazer o copy-past da ocorrência (que remonta ao ano da graça de 2015):
Gondri Balsa
25 de outubro de 2015 ·
O Aurélio e o Leonardo eram dois grandes amigos.
O Aurélio era um homem ilustre, culto e inteligente, mas tinha uma fraqueza: era um grandessíssimo tarado sexual, não se conseguia ter uma conversa com ele sem tropeçar constantemente nas mulheres.
O Leonardo, ao contrário do amigo, era um deserdado da inteligência, burro e ignorante que nem um cacho de uvas. Mas tinha tanto de burrice quanto de recheio na carteira, herdeiro que acabara de ser da gorda fortuna dos pais. E um dia pegou e disse: - vou correr mundo. E lá foi, numa longa e dispendiosa viagem.
Quando regressou, a primeira coisa que lhe ocorreu foi convidar Aurélio para jantar lá em casa. E lá ficaram noite dentro, a saltar entre copinhos de licor e calicezinhos de porto, e outras cidades, e outras culturas, paisagens de encher os olhos, tantas coisas para contar...
- então Leonardo, a velha Europa? foste a França, a Paris, certo? - começou Aurélio.
- claro.
- e como é que é Paris?
- eh pah, um espetáculo de cidade Aurélio, nem há palavras, a torre Eifel,...
E Aurélio, para não variar, a cortar-lhe abruptamente a palavra com o tema de sempre:
- e as gaulesas?
- as quê? (era a ignorância de Leonardo a vir ao de cima)
- as mulheres, Leonardo, o que é que havia de ser, as mulheres, claro!
- Ah, boas, mesmo boas, é com cada modelo que um tipo até fica desnorteado...
- E também foste a Inglaterra, a Londres, certo?
- outra maravilha, uma cidade de perder o fôlego, o Big Ben...
- e as britânicas?
- as quê?
- as mulheres, caramba!
- Ah, altas, lindas, aquilo é que são mulheraços de perder a cabeça...
E a ladaínha continuou :
- e as escandinavas?
- as quê?
- e as germânicas?
- as quê?
E de tanto martelar na mesma ignorância, Leonardo encaixou finalmente que aquelas palavras estranhas que Aurélio proferia significavam invariavelmente "as mulheres", e pôs-se fino.
Quando chegaram ao Japão, Leonardo já não vacilava:
- e as nipónicas?
- lindas, olhinho rasgadinho, uns amores... (respondeu de imediato).
E saltando novamente de continente, eis que chegaram a África.
- E o Egito, decerto não passaste sem ir ao Egito, como é que foi?
Ora, o Leonardo, que tinha dito autênticas maravilhas de todos os lugares por onde passara, chegou ao Egito e disse do piorio:
- o Egito? porra, nem me fales, só merda, ruas sujas, camelos mortos a feder que não se aguenta, o Egito não tem nada, é p'ra esquecer....
E perante tal cenário de desprezo por uma civilização incontornável da história universal, Aurélio disparou a pergunta inevitável:
- e as pirâmides?
- oh, essas são umas vacas do caraças!
2 comentários
João Leonardo Prá próxima vez contas a história mas em vez do ''Leonardo'' usas o apelido ''Balsa''!! Eh!eh! Para eu poder pôr um ''like''! Eh!eh!
Gondri Balsa Ah ah ah... não te melindres porque este Leonardo não tem nada a ver contigo. Tu és mais tipo Leonardo da Vinci, o maior génio da humanidade. ( e agora que está tudo esclarecido, põe lá o "like" e deixa-te de tretas... :) )
A verdade é que ele nunca chegou a meter lá o “like”. É caso p'ra dizer : - deves-me um “like”, ó Joãozinho!!!
Gondri
25 de outubro de 2015 ·
O Aurélio e o Leonardo eram dois grandes amigos.
O Aurélio era um homem ilustre, culto e inteligente, mas tinha uma fraqueza: era um grandessíssimo tarado sexual, não se conseguia ter uma conversa com ele sem tropeçar constantemente nas mulheres.
O Leonardo, ao contrário do amigo, era um deserdado da inteligência, burro e ignorante que nem um cacho de uvas. Mas tinha tanto de burrice quanto de recheio na carteira, herdeiro que acabara de ser da gorda fortuna dos pais. E um dia pegou e disse: - vou correr mundo. E lá foi, numa longa e dispendiosa viagem.
Quando regressou, a primeira coisa que lhe ocorreu foi convidar Aurélio para jantar lá em casa. E lá ficaram noite dentro, a saltar entre copinhos de licor e calicezinhos de porto, e outras cidades, e outras culturas, paisagens de encher os olhos, tantas coisas para contar...
- então Leonardo, a velha Europa? foste a França, a Paris, certo? - começou Aurélio.
- claro.
- e como é que é Paris?
- eh pah, um espetáculo de cidade Aurélio, nem há palavras, a torre Eifel,...
E Aurélio, para não variar, a cortar-lhe abruptamente a palavra com o tema de sempre:
- e as gaulesas?
- as quê? (era a ignorância de Leonardo a vir ao de cima)
- as mulheres, Leonardo, o que é que havia de ser, as mulheres, claro!
- Ah, boas, mesmo boas, é com cada modelo que um tipo até fica desnorteado...
- E também foste a Inglaterra, a Londres, certo?
- outra maravilha, uma cidade de perder o fôlego, o Big Ben...
- e as britânicas?
- as quê?
- as mulheres, caramba!
- Ah, altas, lindas, aquilo é que são mulheraços de perder a cabeça...
E a ladaínha continuou :
- e as escandinavas?
- as quê?
- e as germânicas?
- as quê?
E de tanto martelar na mesma ignorância, Leonardo encaixou finalmente que aquelas palavras estranhas que Aurélio proferia significavam invariavelmente "as mulheres", e pôs-se fino.
Quando chegaram ao Japão, Leonardo já não vacilava:
- e as nipónicas?
- lindas, olhinho rasgadinho, uns amores... (respondeu de imediato).
E saltando novamente de continente, eis que chegaram a África.
- E o Egito, decerto não passaste sem ir ao Egito, como é que foi?
Ora, o Leonardo, que tinha dito autênticas maravilhas de todos os lugares por onde passara, chegou ao Egito e disse do piorio:
- o Egito? porra, nem me fales, só merda, ruas sujas, camelos mortos a feder que não se aguenta, o Egito não tem nada, é p'ra esquecer....
E perante tal cenário de desprezo por uma civilização incontornável da história universal, Aurélio disparou a pergunta inevitável:
- e as pirâmides?
- oh, essas são umas vacas do caraças!
2 comentários
João Leonardo Prá próxima vez contas a história mas em vez do ''Leonardo'' usas o apelido ''Balsa''!! Eh!eh! Para eu poder pôr um ''like''! Eh!eh!
Gondri Balsa Ah ah ah... não te melindres porque este Leonardo não tem nada a ver contigo. Tu és mais tipo Leonardo da Vinci, o maior génio da humanidade. ( e agora que está tudo esclarecido, põe lá o "like" e deixa-te de tretas... :) )
A verdade é que ele nunca chegou a meter lá o “like”. É caso p'ra dizer : - deves-me um “like”, ó Joãozinho!!!
Gondri
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