domingo, 13 de dezembro de 2020

Vitor Espadinha partilhou uma foto todo nu, escrevendo, "ofereço o meu corpo à DGS para ser o primeiro cidadão português a ser vacinado contra a covid”.

 



Já lá vai o tempo em que o Vitor Espadinha, um sportinguista empedernido, oferecia os punhos para dar umas valentes murraças ao Buno de Carvalho. Disse que só não o sovou porque chegou vinte minutos atrasado, que foram os vinte minutos mais sortudos da vida do Bruno, que o Bruno devia estar era internado e andava à solta. O Espadinha apareceu então no écran das TVs, completamente fora de si e a oferecer porrada ao outro, vociferando impropérios e garantindo ao país inteiro que não eram os seus oitenta anos que o impediriam de arrear forte e grosso no meliante. Na altura ofereceu porrada em direto, agora, mais apaziguado, oferece o corpo à vacina. Cantor, ator, e, pelos vistos, também um bocado maluco, o Vitor Espadinha tirou a roupa sem qualquer propósito sensual, e, todo nu, posou para o fotógrafo que felizmente lhe desinfetou a vergonhosa aparição com uma escuridão estratégica, a tapar-lhe as partes.
Apesar de ter nome de espada, o Vitor Espadinha nunca se fecha em copas, diz tudo o que tem a dizer, o que, acredito, deve confundir os cartomantes. Espadas a trunfo é sempre um pau de dois bicos, espadas e paus, duas cartas pretas, e lá vem o Mamadou outra vez com a cena do racismo. Mas racismo para o Espadinha é a verde e vermelho, não é a preto e branco, com ele não é a supremacia branca, é a supremacia verde. Não abomina pretos, abomina vermelhos, lampiões. Não é uma questão de pele, não tem nada contra os peles vermelhas, aliás até acha que os cowboys é que eram uns grandessíssimos fdp. É uma questão de coração, de cinco violinos, de leões garbosos e imponentes, de Alvalade ao rubro, de um clube diferente, que sabe sofrer, dezoito anos de lavagens a seco e o verde não debota. 
Mais do que ator e cantor, o Espadinha é lagarto. Os lagartos que me perdoem, mas, se a verborreia verde me trata por “lampião” em vez de águia, sinto-me obviamente no direito de retribuir. Ora, não se vê como é que um lagarto nu pode ser o primeiro português a ser vacinado contra o covid. Que se saiba os lagartos estão imunes, não consta coisa diferente. 
No entanto, já se diz também por aí que o Vitor Espadinha todo nu não é um lagarto, é mas é um peixe espada, um peixe espadinha, digamos. É caso para perguntar: então agora o primeiro português a ser vacinado contra o covid é um peixe espada?!... Já se viu algum coronavírus debaixo de água, por acaso?! parece que sim… A brincar a brincar, não tarda estão a dizer que o covid é que dizimou os cardumes de sardinha, que não foi nada a pesca excessiva. E até haverá quem diga que o covid infetou a estética do tamboril, que é feio que nem se pode olhar para ele. Eu, por mim, não acredito em nada disso. Acredito, isso sim, que o covid é um vírus terreste, e que perde a virulência quando está debaixo de água. Por isso, por mim esqueçam, vacinar os peixes é tão estúpido como querer ensinar latim a um musaranho. 
Pensando bem, e para rematar esta breve crónica, o Vitor Espadinha, coitado, nem é um lagarto, nem um peixe espada, nem uma sardinha, nem nada que o valha. É um leão! Um leão nu. Esfolado, depois de dezoito anos à míngua. Um sportinguista todo nu é sempre um leão esfolado. Da juba já nem se fala. O Espadinha o que quer é ser o primeiro leão esfolado a levar a vacina, convencido de que isso lhe trará a pele de volta, e, finalmente, um título de campeão. Haja no entanto alguém que lhe explique que a vacina é contra o covid, não é contra o décimo nono ano sem ganhar. Temos pena…

Gondri

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