sábado, 9 de janeiro de 2021

As universidades portuguesas são uma anedota.

 

 
Segundo António Rolo Duarte, o puto maravilha, as universidades portuguesas são todas uma anedota, as inglesas é que são boas. Aqui na UBI é mais Ciências Burricais. Eu, por exemplo, que me licenciei na UBI, além de ser anedótico sou um calhau com dois olhos e não consigo distinguir um balde de um alguidar. Lisboa, Porto e Coimbra ainda assim são as menos más, os neurónios torcidos estão todos no interior. Se os crânios iluminados como o Rolo Duarte estivessem dispostos a dar aulas nas universidades do interior outro galo cantaria, já eram todas muito boas. Assim são todas uma merda. Aliás, todas uma anedota, não quero deturpar as palavras do puto maravilha. Por acaso no que respeita à de Évora até concordo, é uma anedota de alentejanos. Só p’ra que conste vou contá-la: estava um alentejano a subir a um chaparro carregando um porco quando passou um tipo e lhe disse, “ó compadre, porque é que você está a carregar o porco p’ra cima do chaparro?”, “p’ró levar a comer as bolotas”, “e porque é que vossemecê em vez de levar o porco aí p’ra cima não deita as bolotas abaixo e o porco come-as no chão”. O tipo seguiu o seu caminho e o alentejano, desistindo da subida, disse de si para si, “eh pá, este gajo deve ser ingenhêro”.
O Rolo Duarte diz que as universidades portuguesas são trágicas. Mais uma vez, concordo. Eu próprio vi-me grego para fazer algumas cadeiras, eram uma autêntica tragédia grega, não há dúvida. Aliás, dizer delas que são trágicas é pouco, são autênticos curtos-circuitos, acho que fiquei com alguns fusíveis fundidos para sempre. Ainda bem que no meu curso não dei a enguia elétrica, senão é que era o bonito e o belo. Nem isso nem o pirilampo, que é um animal piscante, e que nem por isso é parecido com o lavagante. Se repararem começo a não dizer coisa com coisa. E além disso temos a osga que é um animal pitosga e respira por guelras através do ângulo reto. Insisto para que reparem que eu não estou bem, é tudo estupidez entranhada por ter estudado numa universidade onde só estudam os burros. Não queria dar razão ao Rolo Duarte, mas, infelizmente, eu sou a prova mais que provada de que ele está coberto de razão. Até começo a dar razão aos tipos do PAN quando colocam em pé de igualdade os homens e os animais, no meu caso os burros.
Se eu soubesse que a UBU era assim tão embrutecedora jamais me meteria no sopé da serra a estupidificar. Os professores uma lástima, as instalações uma lástima, os laboratórios uma lástima, enfim, tanta lástima que é impossível reverter este processo de progressiva lastimização. Experimentem perguntar a qualquer professor do departamento de Química se ele sabe o que é o processo de lastimização. Era o sabes. O mais certo é responder tipo “pergunte-me o que é a esterificação, a destilação, a titulação, a fermentação, a carboxilação, a hidrogenação, a polimerização, a ionização, a sulfonação, a alquilação, a nitração, a aminação, a oxidação, a redução, etc, etc, pode perguntar bué que eu explico tudo. Agora a lastimização, essa confesso que não conheço”. Ora berdamerda, bem diz o outro que as universidades em Portugal são uma anedota, então agora os professores é que decidem que perguntas é que lhes havemos de fazer?! Nem comento…
O puto maravilha é doutorado em História e mestre em Ciência Política e Relações Internacionais pela Universidade de Cambridge, e licenciado em Ciência Política e Relações Internacionais pela Universidade de Manchester, mas não pense que é melhor do que o Zézé Camarinha, que esse sim, era um ás em relações internacionais. Fazia inveja aos bodes, era menino para ter algumas dez relações por dia e ainda lhe sobrava libido para outras dez. Esse doutorou-se no Algarve com inglesas, suecas, holandesas, tudo o que vinha à rede era peixe. Bacalhau, digamos assim. Se formos ver, o Zézé Camarinha até tem mais internacionalizações do que o Cristiano Ronaldo. Internacionalizações da gaita, entenda-se. Ao pé dele o Rolo Duarte é um aprendiz de pinoqueiro.
O nosso Rolo acha-se o suprassumo do rabanete. Estudou com a fina flor, não se mistura com a arraia-miúda e muito menos com a saloiada provinciana das universidadezecas do Portugal de segunda. Como estudou em Inglaterra, onde são todos muito espertos – aliás, nota-se pelo brexit – tem uma bagagem que lhe permite conhecer o ensino universitário português como ninguém, mesmo sem nunca lá ter posto os pés. Pavoneia-se com classe. Não é sobranceria, é mesmo classe. E também não tem a mania que é bom nem se arma aos cágados. Nada disso. As universidades portuguesas é que são uma tragicomédia, é tudo uma merda, é só pontes a cair porque alguém teve a infeliz ideia de por um engenheiro português a construí-las, as casas idem, e nos hospitais é só tarascos que em vez de curar descuram, à frente das empesas atrasados mentais, nos campos, agrónomos que ainda pensam que dois tomates e uma banana é assunto do foro da urologia… enfim, em Portugal só se formam burros sem veterinários à altura.
Confesso que me rendi à assertividade e convicção com que o puto maravilha fala do que não sabe. Do que sabe qualquer um fala, não é admiração nenhuma. Agora falar assim do que não se sabe não é para qualquer um, é mesmo só para predestinados. Se eu mandasse mandava cloná-lo e distribuía os clones pelas várias universidades nacionais. Para lecionar, claro. Se o ensino universitário em Portugal não presta é porque os professores não prestam, só com rolos duartes em doses generosas é que é possível combater esta ignorância sistémica em que estamos mergulhados. (Não confundir com rolos de papel higiénico, é mesmo com rolos duartes, ok?).

Gondri 

2 comentários:

Nuno Ramos disse...

Formidável, grande entrada em 2021!

Unknown disse...

Lindo..., Simplesmente LINDO.