quarta-feira, 28 de outubro de 2020

O JARDIM DOS EXCESSOS - CAPÍTULO VII - RIO CHICO

 

 
 

Sigmund Freud explicou em tese de doutoramento ubiano que "qualquer casal apaixonado, desenvolve uma tendência tão instintiva quanto reflexiva,  de se explorar através da palpação". Por isso sói dizer-se que "o amor é cego". Os animais, assumem códigos diferenciados mas que instintivamente culminam em conclusões obtidas pelo olfacto. Os cães por exemplo, dirigem-se às glândulas anais para retirar informação que os permita “taggarem-se” uns aos outros. É uma espécie de meta-dados anal. Nos humanos, o olfacto em parceria com o paladar, servirá, nestes momentos, apenas para saber o que é que o outro comeu na última refeição, se fuma ou bebe, ou se tem (ou não) bons hábitos de higiene oral. É raro encontrarem-se dois humanos a efectuar tal acto de reconhecimento rectal. O comummente conhecido “cheira-cus” não faz parte da etiqueta humanoide, à excepção de grande maioria dos primatas que não se coíbe de o fazer.  A visão, é para esquecer. Dada a proximidade a que se encontram durante o acto de beijar, o campo de visão é tão restrito que apenas lhes permite perceber se o outro está com sono, se está a aplicar-se convenientemente ou se, sem querer, levou uma dentada na língua. A audição, adianta um pouco mais. Não informa muito se houver ruído exterior, exceptuando se o outro está a precisar de ar, se está a respirar pela boca ou se tem o nariz entupido, ou por vezes se apenas está a curtir a situação. Assim sendo, o sentido mais apurado nestes momentos acaba por ser o do tacto. Porque por vezes é preciso muito tacto para levar a cabo tamanha epopeia saliva-osculadora. Aqui, tal como Sir David Attenbourough sussurou um dia por detrás das folhas de uma bananeira:

É interessante perceber a dança que as membros superiores fazem durante estes rituais. Há uma grande importância em aferir se os glúteos estão em boa forma, se os baixos ventres estão a necessitar de estimulo e se existe ou não capacidade torácica para levar a bom cabo o tal desiderato passional. Aqui ou acolá, um simples puxão de cabelos provoca reacções. De agrado ou repulsa, isso agora são outro quinhentos. Ocasionalmente assumem uma atitude vampiresca a fim de verificar se existe alguma reacção na jugular. Também há aqueles que se esbofeteiam por forma a aumentar os apetites, mas isto de palpações a cinquenta metros por segundo,  não contam para as estatísticas. Mas é de suma importância a utilização das mãos durante aquele acto osculativo.

Ora, tanto Vanessa como Ildefonso, já doutorados em marmelanço, cada um de acordo com os seus ritmos e fomes de conhecimento, iam tentando aperceber-se dessas características, a fim de chegarem às respectivas conclusões relativas ao preenchimento dos requisitos mínimos que cada um achava imperativo no outro.

As manobras oro-linguísticas estavam a decorrer num ritmo e alucinante, porém com um timming perfeito. Sob este aspecto estavam a ganhar 2-0. As reacções olfactivas derivadas de tais manobras, elevaram o marcador para 4-0. Em termos visuais, a parte do 0 estava a levar uma abada e já ia com seis no saco. Mas em termos de palpação, a coisa ainda não estava muito esclarecida. Vanessa não podia antever se Ildefonso era circuncidado ou não, mas que sentia muito vigor no recém apresentado Barnabé, isso sentia. “O Barnabé deve ser cá um rapagão!”, pensou, excitada. Já Ildefonso, não conseguia obter resultados satisfatórios, coisa que já desconfiava há muito. “Por mais produzida que uma gaja esteja, quando os termómetros baixam os zero graus, a velocidade de acesso à pele é inversamente proporcional à quantidade de roupa que elas costumam trazer". E para piorar as coisas, não bastava a rapariga ter um peitoril daqueles ainda usava um soutien almofadado para dissimular ainda mais as coisas. Algo a deixar para outras núpcias, portanto.

Ora tendo o barómetro final registado um peremptório 7-1 pouco mais se poderia fazer senão continuar naquela sessão de “lambes & esfregas”, que normalmente se conhece por “roço”, até se fartarem.

Após uma meia hora daquilo – que mais se assemelhou a cinco minutos – decidiram recompor-se e prepararem-se para voltar para o pé do resto da malta. Alguns turistas passavam por eles olhando-os com desagrado, todos com um ar reprovador e cheios de vontade de chamar as autoridades policiais para acabar com aquelas pouca vergonhas.

"Se ao menos houvesse aqui um botão de denuncia!", bradou um.
"Onde anda o Zuckerberg quando mais precisamos dele?", inquiriu outro.

Atrapalhada com aquelas reacções, Vanessa ajeitou rapidamente a roupa, perdeu uns dois minutos a repor o cabelo como estava anteriormente e a limpar e retocar os besuntos e demais pinturas esborratadas durante a troca de línguas e ósculos desesperados. Já Ildefonso necessitou de uns minutos extra para hipnotizar o Barnabé que teimava em lutar desesperadamente por se livrar dos cueiros e fugir daquela braguilha que o privava de gritar “FREEDOM!!!” a plenos pulmões, qual Braveheart genital. Ameaçado de ser mergulhado no primeiro regato que o dono visse, lá se recolheu à sua insignificância de simples penduricalho urinador.

Já perto do resto do acampamento, aperceberam-se que o ambiente estava já bastante calmo e descontraído. Todos conversando com todos, sem exaltações, sem tensão no ar e – acima de tudo – sem mariquices ou amuos.

Ao reparar no regresso destes, o Chico levantou-se num pulo e dirigiu-se à Vanessa, pedindo-lhe para conversar, o qual ela acedeu prontamente. Ildefonso juntou-se ao pessoal na fogueira.

- Queria pedir-te desculpa pelo sucedido há bocado. Não sei o que me passou pela cabeça para dizer aquilo, foi indesculpável e gostava que me perdoasses. Agora que nos estamos a conhecer um pouco mais, não gostava que ficasses com má imagem minha. O Ildefonso é um gajo muito porreiro, gosto muito dele e vocês merecem-se um ao outro. Formam um casal castiço e espero sinceramente que tudo resulte convosco.

Vanessa, ficou como que pasmada com a forma como o Chico tinha articulado este pedido de desculpas. Não parecia um discurso preparado, nem tão pouco algo que ele tivesse decorado. Ildefonso tinha-lhe chamado a atenção para estes “picos de personalidade” no Chico mas ela nunca esperaria algo como isto. O pedido era demasiado sincero, com as palavras certas, longe de soar a falso.

- Esquece, Chico. Já passou. Também não tive uma reacção muito acertada e sei que te magoei. Vamos pôr uma pedra no assunto, ok? Nem tu nem eu queremos que isto se repita, certo? Sabes… às vezes tenho receio de ter criado uma imagem fora do grupo e, querendo apagá-la, ainda ter alguns “fantasmas” dessa imagem que venham estragar tudo. Este grupo é muito fixe. Dá vontade de estar sempre convosco. E já percebi porque é que o Ildefonso o faz. Vamos ter com eles?

Reunidos os onze novamente, sendo ainda cedo para se preparar o jantar, coube ao Chico propor um passeio por ali. "Vamos ver se conseguimos dar com a nascente do Zêzere!". Vamos ter de trepar um pouco. Vou só à tenda vestir algo mais apropriado".

"Apropriado?? Que raio quer este gajo dizer com isto?" foi o pensamento geral. Apropriados estamos nós todos, que está um frio de rachar e aqui ninguém está para alpinismos... 

Cinco minutos depois o Chico desenhou em todos um rosto de espanto. O miúdo vinha equipado como se fosse trepar o Evereste. Mas num pormenor, não conseguiu evitar que todos se começassem a rir. Em vez de calças, trazia uns leggings coladinhos às pernas que TUDO revelavam e que contrastavam bastante com o anorak que trazia em cima. Assim de repente, parecia-se mais com uma bola de algodão doce com dois pauzinhos do que com ele. 

- Que foi? Nunca viram? Isto é equipamento recomendado! Está tudo a rir-se de quê? Cambada de cromos...

Quanto mais se justificava mais os outros se riam. Vendo que ninguém dava um passo em frente, decidiu desbravar caminho e guiá-los pelo Covão até à parede de onde provinha a nascente. 

- Ó Chico! - Chamou o Dominic - Vestido dessa forma pareces um kebab...!
- Um kebab? O gajo parece-se mais com uma bailarina que vai actuar debaixo de chuva torrencial! - respondeu o Osório - Tens a certeza que é para dançar com botas de escalada? Umas sabrinas davam mais jeito...
- Os teus primos já te viram nessa figurinha? - continuou o Ildefonso - Olha que entre as cabras e tu, não sei quem é que se safaria...
- Manda-os calar, Chico! - Gritou a Carla - Eles estão é com inveja!
- Só se for por não sabermos dançar ballet - referiu o "Lupas".
- Deixem o rapaz em paz! - Calou a Micas, sem esconder as gargalhadas que ia dando.

O Chico ia avançando sem dar parte de fraco. As graçolas iam diminuindo, ou porque já tinham as barrigas a doer ou simplesmente para recuperarem o fôlego.  Mas o que é certo é que todos cá atrás já não se seguravam de tanto riso. 

- É bom que tragas alguma coisa vestida por baixo... - referiu o Osório. Se por azar rasgares as calças, ninguém te vai seguir para não ter de gramar com essa visão dos infernos a que chamas cu. 

A cada passada que davam, mais alguém se lembrava de dizer qualquer coisa até que a distância que separava o grupo do Chico já era considerável. Quem não abria a boca para gozar, estava a rir-se sem parar. Quem mandava as bocas, atirava os foguetes e ia buscar as canas para fazer mais foguetes. Nisto o Dominic era exímio. Durante uns dez minutos ninguém o calou. E o Chico, resoluto, continuava a marcha apontado até lá acima, sem se demover. O que ao mesmo tempo causava alguma admiração nos outros.

Não se pode afirmar com todas as garantias onde é o local exacto da nascente daquele rio uma vez que o primeiro afloramento visível sai de dentro de um nicho na rocha. Porém, este surge num ponto que requer alguma escalada, não muito acidentada e que não carece de equipamento adequado para o efeito. O Chico sabia disto. Todo aquele aparato era mais show off do que outra coisa qualquer. Era uma forma de passar a imagem de expert no assunto e assim obter mais uns quantos patamares de credibilidade na sua imagem já de si debilitada. Só que, tirando uns dois ou três elementos daquele grupo, todos os outros já o tinham tirado pela pinta e o cómico da situação evoluía mais depressa do que ele por aquela formação rochosa.

Apesar disso, o rapaz mostrava dotes de escalada que, tirando talvez o Alfredo, mais ninguém poderia fazer-lhe frente. De facto, a destreza e agilidade com que ele ultrapassava obstáculos ou trepava, além de causar alguma “inveja”, não deixava de ser um facto extra de admiração.

- Dá gosto só de o ver trepar. Parece que fez isto a vida toda e trata aqueles rochedos por tu. Incrível!, - constatou a Andreia.
- E ainda por cima está com aquele anorak estúpido como se fosse chover. - replicou a Marina.
- Óh Micaela! Põe os olhos naquilo! O gajo parece feito de elástico! – atirou a Carla – Vais ter de dar uma oportunidade ao moço!
- Falem mais baixo! – avisou esta – Se ele nos ouve, vamos ter “Papas de Chico" para o jantar!

Absorto nos seus pensamentos, gerindo o esforço, cada vez mais lá em cima e completamente alheio aos demais, o Chico estava a chegar ao dito afloramento rochoso. Decidiu olhar para trás para ver onde estava o seu seguidor mais próximo e só se apercebeu da presença inesperada da Vanessa que lutava com quantas forças tinha para se manter colada às paredes para não cair. O resto da malta estava lá em baixo a mandar bocas, completamente disperso e com cara de quem não iria subir até ali.

Num movimento em falso, visivelmente atrapalhada, Vanessa não conseguiu agarrar uma saliência numa rocha e agarrou-se à perna do Chico instintivamente. Ao fazê-lo aquela coisa de lycra que ele trazia vestido “veio pelas pernas abaixo” deixando-os mais atrapalhados que nunca. Ele, fazendo um esforço hercúleo para não cair e ao mesmo tempo disfarçar as suas vergonhas ali  expostas ao frio e aos olhares da colega o melhor que podia. Ela, vendo que ele não lhe ia esticar uma mão tão cedo e com aquela visão apocalíptica à distância de uma palmada, desatou numa gargalhada mista de imprevisto e atrapalhação. Além do mais ainda não se tinha conseguido segurar e equilibrar-se em condições e já tinha o nalguêdo nu do Chico ali à “frente”…

- Ajuda-me Chico! Vou cair! – gritava desesperada.
- Larga-me as calças, porra. Senão caímos os dois!
- Não posso senão quem cai sou eu… tens de me agarrar. Juro que não olho, mas tens de me ajudar!! - justificava-se.

Vendo aqueles dois naquela posição inusitada mas a requerer apoio, tanto o Ildefonso como o Alfredo subiram o mais depressa que podiam, parede acima para os socorrer. Numa manobra que faria inveja a qualquer homem-aranha, ambos chegaram ao local sincronizados, lado a lado e em coisa de segundos. Ildefonso directo à sua amada e o Alfredo, numa trajectória paralela e menos acidentada, contornou-o, dirigindo-se àquela alma seminua um metro mais acima.

Cá em baixo era um misto de apreensão com gargalhadas à mistura. Ficava a sensação que fosse o que fosse que o Chico fizesse, os resultados iriam sempre culminar numa galhofa sem fim. Mas se a isto se desse um toque inusitado de ridículo, a galhofa não iria parar. Do que ninguém estava à espera era da primeira sessão de strip ao vivo naquele local. E depois, há que ter em conta que no meio daquela atrapalhação toda, o que se passava lá em baixo, pegou-se por ali acima. Os “trepadores-sapadores” conseguiram a proeza de subir a rir ao mesmo tempo sem darem um tralho. Dos que estavam mais acima, só a Vanessa não conseguia disfarçar a diversão. O outro não estava mesmo a achar piada nenhuma, pois - pontaria do raio - estava mais uma vez, a ser motivo chacota. Azar a mais para um gajo que se tinha proposto acalmar e passar o resto dia em paz com o Senhor e com os colegas de grupo.

Ildefonso agarrou Vanessa pela cintura, permitindo-lhe ao mesmo tempo que esta se segurasse com um braço à volta do seu pescoço. Não era uma miúda pesada, mas o seu físico apresentava algumas dificuldades em ser dominado numa situação daquelas. Jurou a si próprio não olhar para cima. Por mais vontade que tivesse de gozar mais um bocadinho, sempre era uma peida masculina que estava ali a centímetros. Se ainda fosse uma gaja tudo bem. Agora o Chico…!?

Assim que garantiu que Vanessa estava bem segura começou a descer as rochas e calhaus a fim de a levar em segurança lá para baixo.

Ao lado, o Alfredo tinha conseguido agarrar os leggings já rasgados do Chico e lhos tinha passado para a mão livre. Vestindo-os com essa mão, necessitava desesperadamente que alguém o ajudasse a puxá-los para cima do outro lado. Isto implicaria que Alfredo lhe contornasse o corpo com um braço, pois o lado que faltava “tapar” era o do lado oposto. Isso iria implicar ter de se encostar às nádegas do outro, coisa que foi peremptoriamente recusada.

- Chico, não é por nada mas por mim até tiras o curso aqui pendurado. Mas quem não te puxa as calças sou eu!
- Anda lá, caralho… já me basta estar atrapalhado com tudo isto. Dá aí uma ajuda, porra!
- Nem penses! Além do mais a Vanessa já está lá em baixo. Tu é que és o trepador. Desenmerda-te! Eu só vim ajudar a segurares-te o tempo suficiente para que pudesses fazer o resto por tua conta. Fui!

“Cona da mãe!”, resmungou entre dentes. Chico só tinha uma solução: continuar a subir até encontrar um ponto onde se pudesse recompor e voltar a descer até lá abaixo normalmente. Por sorte, dois metros mais acima havia uma plataforma rochosa para o fazer em segurança. Mais uma vez, sem dificuldades conseguiu atingi-la em segurança.

Visto de baixo, o circo estava montado. Vanessa tinha chegado em segurança, não tendo ganho para o susto. Mas toda aquela cena foi motivo para que ela e todos os outros estivessem unidos num gozo geral, dada a situação vivida. Alfredo estava já a chegar junto deles e o relato das “dificuldades” sentidas lá em cima também não ajudou à missa. A visão que tinham ali de baixo, não os permitia pararem para respirar. Um “vulto” com uma perna ao léu e com as “calças feitas num oito", voltava a trepar para se ajeitar, tapar o mais que pudesse, e voltar a descer. Parecia estar a descer ao Inferno tal a algazarra ali em baixo.

Mal pousou os pés em solo firme foi brindado com aplausos, gritos de incitação e demais manifestações de júbilo. Todas acompanhadas com sorrisos rasgados e bocas foleiras. Mais pessoas tinham-se apercebido da situação e, mais afastados, iam igualmente gozando com a situação e aplaudindo. O Chico, que era um moço pouco dado a plateias, ficou pior que fulo e tentou ignorar, mas em vão. Um pouco mais ao lado, duas miúdas de vinte e poucos anos, também campistas e com aparências nórdicas trocavam risinhos suspeitos e cochichavam uma com a outra. O que não o deixou nada orgulhoso das suas habilidades escaladoras há uns minutos atrás.

Muito solicita, a Micas tinha-se armado em boa samaritana e fora buscar um cobertor para envolver aquele desgraçado assim que este chegasse cá abaixo, poupando-o a mais vergonhas. Mas nem isto acalmou o Chico que agora estava mais preocupado em seleccionar quem ia segurar aquele cobertor para o tapar.

- Até nisto és esquisito, porra! Vem uma gaja com vontade de te ajudar e tu estás para aí com esquisitices. Olha, embrulha-te sozinho. É isso que queres não é? És pobre e mal agradecido, irra! Vou mas é preparar as coisas para o jantar. Se quiseres, fica aí a tapar-te que é para o lado que durmo melhor.

- Bolas, Vanessa… - gozou o Ildefonso – Se era para veres as partes de um gajo este fim de semana, era mais fácil teres-me pedido logo. Agora não sei como vais ultrapassar esta experiência traumática.
- Se calhar, um trauma ultrapassa-se com outro. – respondeu. – Quem sabe eu não tenha de inspeccionar outro homem para isto passar. Nunca se sabe… Nunca se sabe… e olha que o Chico tem boas pernas! Quem quer que seja vai ter de me fazer esquecer o que vi.

Mal o Dominic se acalmou, perguntou:

- Então pá? Que tal a sensação de ter a gaita encostada a uma pedra? É boa? Aliviaste alguma coisa, ao menos? Estás com bom ar…

Ao contrário do que seria esperado, não obteve resposta. Agora é que o Chico estava mesmo fodido da vida. Depois daquilo, mais nada poderia piorar.


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