sábado, 2 de maio de 2020

João Leitão no Jornal do Fundão




 Ao lêr atentamente o artigo de João Leitão, no Jornal do Fundão de 4/3/2020, cujos passos, para mim, mais relevantes, tive o cuidado de ressalvar e transcrevo:

… A Universidade tem um sentido amplo, com vocação universalista, que naturalmente deve integrar e liderar redes ou consórcios de agentes de educação, investigação e desenvolvimento, e transferência de conhecimento e tecnologia, em consonância com a sua missão tradicionalmente tripartida, à qual acresce a emergente atividade e responsabilidade de sustentabilidade da Região-Cidade…
Colocar a tónica na relação entre a Região-Cidade e a Universidade é corajoso e fora do quadrado, pois obriga a pensar, de forma aturada, sobre o que a região pode efetivamente fazer pela Universidade, e não o contrário, como é habitual observar no pensamento dominante dos agentes políticos, empresariais e sociais, que por uma vez, deveriam pensar em servir e não somente em servirem-se da “noiva” Universidade,
… questionar para quando se prevê: (1) a revisão articulada dos Planos Diretores Municipais, integrando um conceito de Campus Universitário de Excelência da Região_Cidade; (2) a criação na região de um instituto europeu de investigação na área da qualidade de vida e sustentabilidade das regiões; (3) o investimento em facilidades (estruturas) vocacionadas para o desporto de alta competição, em altitude; (4) o desenho e a implementação de uma região bio de produções e energias verdes; (5) o investimento numa estrutura intermodal de transportes: aeroportuário; ferroviário; e rodoviário; (6) a criação de uma casa regional de artes, culturas, tecnologias e engenhos; (7) a criação de uma rede de telemedicina e apoio social para um envelhecimento seguro e saudável; (8) a criação de corredores verdes de florestação e biodiversidade; (9) o investimento no regadio a norte e a sul, em articulação com a estrutura já existente a este; (10) a construção social dedicada a quadros e estudantes nacionais e internacionais; (11) a criação de uma agência de investimento e internacionalização da região; e (12) a comunicação concertada e aglutinadora das marcas nascidas na Região_Cidade
… Está mais do que na hora, de transferir o debate hermético da Universidade para a região e ousar compensar o saldo, inequivocamente, superavitário, em termos do que a Universidade fez, faz e irá fazer por uma nova Região_Cidade, que deve ser reorganizada e estruturada com o fim de aumentar o bem-estar social e comum, e não continuar a alimentar o status quo das individualidades egocêntricas e dos senhores feudais da Terra!
Só me cabe o seguinte comentário;
Será que em 34 anos, não aprenderam nada.
Têm a coragem de terminar o artigo, denominando outros, como “individualidades egocêntricas”.
Será que, o trabalho da UM, não lhes serve de inspiração, numa demonstração de que, serão as suas iniciativas, as suas acções, em prol da região que provocarão uma reacção de aproximação.
A criação, quase universal, de áreas de “incubação”, junto dos campus, em outras Instituições, não vos diz nada ?
A Universidade, per si, representa o melhor, de massa crítica, de conhecimento, que não do empreendorismo, que a Beira Interior possui, porque não, por iniciativa da própria, ao invés de reclamar a outros, a criação de “boards”, dedicados á região, que elaborem “reports”, proponham medidas efectivas, assumam responsabilidades para com a mudança, o futuro ?
Porque não esquecer lideranças e priorizar iniciativas?  
Creio que como, há 30 anos, se esquecem que a Universidade, que tanto fomenta a economia local e, mesmo regional, não é a base da pirâmide, nem o seu topo, a Universidade subsiste, graças aos alunos que a frequentam, ás suas propinas e subsídios retirados dos impostos de “todos “ os Portugueses, que o seu impacto na economia local , será fruto dos investimentos desses estudantes, no comércio local, em rendas de alojamentos locais, no Turismo, em grande parte, pela promoção, desses mesmos estudantes, principalmente os "de fora", etc...
Como tive oportunidade de o expressar, também, o respeito não é um direito mas, uma conquista, tal como a liderança .
A prazo, como muitos outros estabelecimentos de ensino, a UBI, deparar-se-á, com uma redução desses fluxos de estudantes, de receitas para si e para o que a rodeia e, como muitas outras, terá de rentabilizar serviços, de rentabilizar a sua massa crítica, seja em trabalhos de investigação seja em consultadoria e, nesse momento, como não criou, como não “semeou”, sentirá que essa lacuna, na sua vida, na sua história, se encarregará de lhe dará a merecida humildade, a justificada “bofetada de luva branca”.

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