Ao lêr atentamente o artigo
de João Leitão, no Jornal do Fundão de 4/3/2020, cujos passos, para mim, mais
relevantes, tive o cuidado de ressalvar e transcrevo:
… A Universidade tem um sentido amplo, com vocação
universalista, que naturalmente deve integrar e liderar redes ou consórcios de
agentes de educação, investigação e desenvolvimento, e transferência de
conhecimento e tecnologia, em consonância com a sua missão tradicionalmente
tripartida, à qual acresce a emergente atividade e responsabilidade de
sustentabilidade da Região-Cidade…
Colocar
a tónica na relação entre a Região-Cidade e a Universidade é corajoso e fora do
quadrado, pois obriga a pensar, de forma aturada, sobre o que a região pode efetivamente fazer pela Universidade, e não o
contrário, como é habitual observar no pensamento dominante dos agentes
políticos, empresariais e sociais, que
por uma vez, deveriam pensar em servir e não somente em servirem-se da “noiva”
Universidade,
… questionar para quando se prevê: (1) a revisão
articulada dos Planos Diretores Municipais, integrando um conceito de Campus Universitário de Excelência da
Região_Cidade; (2) a criação na região de um instituto europeu de investigação na área da qualidade de
vida e sustentabilidade das regiões; (3) o
investimento em facilidades (estruturas) vocacionadas para o desporto de alta
competição, em altitude; (4) o
desenho e a implementação de uma região bio de produções e energias verdes;
(5) o investimento numa estrutura intermodal de transportes: aeroportuário;
ferroviário; e rodoviário; (6) a criação de uma casa regional de artes, culturas, tecnologias e engenhos;
(7) a criação de uma rede de
telemedicina e apoio social para um envelhecimento seguro e saudável; (8)
a criação de corredores verdes de florestação e biodiversidade; (9) o
investimento no regadio a norte e a sul, em articulação com a estrutura já
existente a este; (10) a construção
social dedicada a quadros e estudantes nacionais e internacionais; (11)
a criação de uma agência de
investimento e internacionalização da região; e (12) a comunicação concertada e aglutinadora
das marcas nascidas na Região_Cidade…
… Está mais do
que na hora, de transferir o debate
hermético da Universidade para a região e ousar compensar o saldo,
inequivocamente, superavitário, em termos do que a Universidade fez, faz e irá
fazer por uma nova Região_Cidade, que deve ser reorganizada e
estruturada com o fim de aumentar o bem-estar social e comum, e não continuar a alimentar o status quo
das individualidades egocêntricas e dos senhores feudais da Terra!
Só me cabe o seguinte
comentário;
Será que em 34 anos,
não aprenderam nada.
Têm a coragem de terminar
o artigo, denominando outros, como “individualidades egocêntricas”.
Será que, o trabalho da
UM, não lhes serve de inspiração, numa demonstração de que, serão as suas
iniciativas, as suas acções, em prol da região que provocarão uma reacção de
aproximação.
A criação, quase
universal, de áreas de “incubação”, junto dos campus, em outras Instituições, não vos diz nada ?
A Universidade, per si,
representa o melhor, de massa crítica, de conhecimento, que não do empreendorismo, que a Beira Interior
possui, porque não, por iniciativa da própria, ao invés de reclamar a outros, a criação de “boards”, dedicados á
região, que elaborem “reports”, proponham medidas efectivas, assumam
responsabilidades para com a mudança, o futuro ?
Porque não esquecer lideranças
e priorizar iniciativas?
Creio que como, há 30
anos, se esquecem que a Universidade, que tanto fomenta a economia local e,
mesmo regional, não é a base da pirâmide, nem o seu topo, a Universidade
subsiste, graças aos alunos que a frequentam, ás suas propinas e subsídios
retirados dos impostos de “todos “ os Portugueses, que o seu impacto na
economia local , será fruto dos investimentos desses estudantes, no comércio
local, em rendas de alojamentos locais, no Turismo, em grande parte, pela
promoção, desses mesmos estudantes, principalmente os "de fora", etc...
Como tive oportunidade de o expressar, também, o respeito não é um direito mas, uma conquista, tal como a liderança .
A prazo, como muitos
outros estabelecimentos de ensino, a UBI, deparar-se-á, com uma redução desses
fluxos de estudantes, de receitas para si e para o que a rodeia e, como muitas
outras, terá de rentabilizar serviços, de rentabilizar a sua massa crítica,
seja em trabalhos de investigação seja em consultadoria e, nesse momento, como
não criou, como não “semeou”, sentirá que essa lacuna, na sua vida, na sua
história, se encarregará de lhe dará a merecida humildade, a justificada “bofetada
de luva branca”.
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