Com a crescente sofisticação da sociedade, as domésticas que cuidam da casa e dos filhos passaram a ser designadas de “gestoras do lar”, e a certa altura houve a necessidade de criar na universidade um curso superior de Gestão do Lar.
Diz quem sabe que as cadeiras mais difíceis dos dois primeiros anos do curso de Gestão do Lar são:
loiça I – 1º sem/1ª ano
loiça II - 2º sem/1ºano
ferro I - 1º sem/1º ano
ferro II - 2º sem / 1º ano
ferro III - 1º sem/2º ano
ferro IV - 2º sem/2º ano
Esta da imagem é a Larissa, a melhor aluna da licenciatura de Gestão do Lar. No primeiro semestre do primeiro ano passou à cadeira de “loiça I” com distinção, e passou também a loiça II, no segundo semestre. Mas onde ela se distinguiu mesmo foi nas cadeiras de ferro. Passou a ferro nos quatro primeiros semestres, respetivamente a ferro I, II, III, e IV, tudo com notas altas. E depois de passar os dois primeiros anos sempre a passar a ferro foi festejar com umas ganzas, e ficou tão passada que acabou no hospital. Mas, felizmente, o pior já passou.
As cadeiras de esfregona I e II, respetivamente do 1º e do 2º semestres, também correram bem, passou sempre a esfregona com muito brilho – aliás o seu professor, José Soalho, já manifestou publicamente o seu contentamento pela forma distinta como ela passou a esfregona.
Curiosamente, as cadeiras que mais obstáculos lhe criaram foram paninho do pó I e paninho do pó II lecionadas pelo professor chinês Lim Pópó. As cadeiras até eram fáceis, mas o facto de serem dadas em chinês complicou bué. “O uso da língua foi efetivamente o maior problema”, confirmou o Dr. Aurélio Felácio Perfeito, chefe de departamento.
Neste momento só lhe falta uma cadeira para acabar o segundo ano: aspiradores II. Aspiradores é dada por um professor que também leciona na Academia Militar, o engenheiro e aspirante do exército, José Aspirante, que aspira a que ela passe a aspiradores com uma nota alta. A ver vamos se assim será…
Quando acabar o curso, a Larissa já pensa doutorar-se na área da psiquiatria do lar, abordando temáticas que ainda vai estudar no quarto ano, nas cadeiras de varrer I e varrer II. No fundo o que ela pretende estudar na sua tese é a relação entre o varrer e a doença mental, ou seja, como é que por via do varrer se pode transformar alguém com apenas um ligeiro distúrbio mental num verdadeiro doido varrido. (Só para que conste, ela chegou a pensar num doutoramento na área da matemática do lar. No entanto, aquilo a que se propunha, ou seja, transformar uma tábua de engomar numa tábua de logaritmos, pareceu-lhe demais para as parcas bases matemáticas que tinha).
Gondri
5 comentários:
Oh Gondry
Muito obrigado por este texto
Fiquei quase doido varrido de tanto rir
Grande abraço
Rocha
Oi, Rocha,
Eu ainda pensei em duas cadeiras "limpar o relógio de Cuco I e II", mas depois é que me lembrei que não tens relógio...
Um grande abraço!
Não me importo de ir dar uma cadeira ou duas! Abraço !
O comentário anterior é meu.
Lembro-me perfeitamente da Larissa,talvez a aluna mais brilhante que até hoje passou pelos Bancos e pelos ferros da universidade!A sua tese de mestrado subordinada ao tema ''Faça você mesma,se tiver quem a ajude'' valeu-lhe uma honorosa distinção e o reconhecimento de tão elevado percurso académico,com o convite para após conclusão do doutoramento,vir a integrar o quadro docente da UBI para, apesar dos seus parcos conhecimentos matemáticos, leccionar a disciplina de ''Introdução á Contagem dos Carcanhóis'' do primeiro semestre do plano curricular de estudos do mesmo curso agora restruturado!Sem dúvida uma personalidade marcante da nossa UBI!
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