quinta-feira, 30 de abril de 2020

Alguma justiça ...


PARABÉNS UBI


Por ocasião de mais um aniversário da nossa UBI, evocativo do 30 de Abril de 1986, actualmente consagrado estatutariamente como o Dia da Universidade, é oportuno referir que foi pelo Decreto-Lei n.º 76-B/86, deste mesmo dia que a UBI foi criada na sequência de um processo evolutivo, já lá vão mais de 40 anos, em que no preâmbulo do mesmo se referia:
“Criado pelo Decreto-Lei n.º 402/73, de 11 de Agosto, o Instituto Politécnico da Covilhã desenvolveu a partir dessa data um importante conjunto de actividades nos domínios do ensino, da investigação científica e tecnológica e da prestação de serviços à comunidade, que justificaram a sua conversão em instituto universitário, o que veio a ser concretizado através da transformação daquele estabelecimento de ensino no Instituto Universitário da Beira Interior pela Lei n.º 44/79, de 11 de Setembro.
Os cursos que o Instituto Universitário desde essa transformação tem vindo a ministrar e a criação de cursos de licenciatura nas áreas de ensino, designadamente do ensino da Matemática e da Físico-Química, mostram, por outro lado, que se encontram reunidas as condições que, nos termos do n.º 1 do artigo 3.º do citado Decreto-Lei n.º 402/73, de 11 de Agosto, justificam a sua conversão em universidade.”
Aos responsáveis que até ao presente conduziram à instituição que hoje conhecemos, pelo seu esforço, visão e persistência, que com o apoio de estudantes, antigos estudantes, pessoal docente e não docente, populações e entidades locais cada um à sua maneira e algum acaso à mistura contribuíram para que o sonho de há mais de 40 anos, hoje seja uma realidade, estou certo ser objeto de congratulação de todos os UBIanos que reconhecidamente agradecem com um OBRIGADO
O UBIano
C. Gonçalves

Prof. José Miguel Fiadeiro


Prof. José Miguel Fiadeiro



Logo tu, Vasco, que horror, que heresia, muitos dirão, porém…

Temos falado, talvez não o suficiente, sobre Artur Cornélio, enquanto referência junto da Academia.

Mas, e uma justa quanto merecida, homenagem da Academia, ao seu carismático Director de Departamento Têxtil, Prof. José Miguel Fiadeiro.

Sim, sei que sempre fui um acérrimo crítico da sua metodologia, temerário confrontista, e, por ele, sempre fui, “puxado” aos limites, da capacidade de argumentar, da capacidade de aturar, da capacidade de resistir e, até, dos limites do bom-senso e da educação mas, com o tempo, com a experiência, certas acções, certas decisões, certas atitudes, não retiram, antes pelo contrário, o mérito do seu trabalho em prol da Instituição.

Se a sua “sensibilidade” pedagógica ou a sua “competência” académica poderá, ou talvez não, ser contestada, a sua vontade, a sua coragem, o seu carisma e o seu “pioneirismo” em tornar a “sua” Engenharia Têxtil, os “seus licenciados” Têxteis e a “sua” Instituição referenciais, não.

Creio que, também Ele, merecerá uma justa cerimónia, um merecido “Obrigado”, por parte da Instituição que, sobre os seus ombros, tanto carregou .

Da minha parte, talvez, para sua surpresa, aqui vai o meu profundo agradecimento, o meu

Obrigado, Prof. José Miguel Fiadeiro
Obrigado Mestre.

Vasco Silva  

Parabéns UBI

Parabéns UBI, pelos 34...
                                  Já são 34 ...
                                             Ainda só passaram 34 ...


Quem, Qual, Porquê, Onde, Como, A MINHA ROTA UBIana

Nesta minha primeira intervenção em texto escrito em blogue, irei principiá- la pela génese da história.
Situamo- nos na década de 80, várias e muitas transformações aconteceram. 
Causas próximas.
O IPC que tão sobriamente soube nascer em meados dos anos 70 , pela mão do inesquecível, resiliente, Professor Drº Duarte Simões, passa a IUBI, tendo ao leme o indefectível, inquebrável, Professor Drº Passos Morgado, e a AE IPC por conexão transforma-se em AE IUBI. 
Assisti a todo este processo porque sou Covilhanense, por lá efectuei o meu percurso académico e após 74, no Liceu Nacional da Covilhã, tive vários professores da antiga estirpe, entre eles destaco a professora de Línguas Portuguesa e Francesa, Drª Lucinda Simões. Com ela , eu e os meus colegas fazíamos plateia após o toque de campaínha de saída, ouvindo histórias, projectos, projecções, da escola superior que tinha nascido na cidade, e dizia a Drª, esposa do Director da nova escola, que esta iría mudar o status quo da Covilhã e Beira Interior, puxar para cima, naquela altura com fábricas têxteis a encerrarem às dezenas, o desemprego e a fome instalando - se, sendo seu designe - o trazer e fixar massa crítica, formando e re - projectando a mono indústria existente, segundo conceitos europeus. 
Isto soava bem aos meus ouvidos.
Outro factor, foi ter assistido a colegas de Liceu mais velhos, entrarem para o IPC, o que levou a jogos em futebol de salão, andebol, voleibol, IPC * Liceu, jogos  vividos intensamente. Recordo numa das equipes do IPC, FUT salão participarem, Rui Miguel, Rui Costa, João Girão, Aurélio Márcio, Francisco Podão e pelo Liceu, Júlio Nave, Celso Barreiros, Manuel Tavares e eu, futuros UBIanos.
Este processo foi o tubo de ensaio para que eu ingressasse no IUBI em 1983, sem que antes tenha efectuado testes escritos no Instituto Superior de Educação Física em Lisboa, mas devido a problemas nos joelhos, aparecidos nesse verão, não pude efectuar os testes físicos obrigatórios, o que levou a  fixar -  me de vez naquela que me iria moldar para toda a vida, a nossa ESCOLA.
Assim, na sequência da minha vida associativa liceal, fui convidado em 84/ 85 pelo Presidente da Associação a participar na direção, secção Desportiva e corpo de redacção do Boletim Informativo, primeiro jornal da Associação. Estavam lançadas as sementes para o meu natural processo Associativo, que muito me honra. Destaco, a Presidência em dois mandatos, elaboração e aprovação dos primeiros estatutos, as organizações das três primeiras Semanas de Recepção ao Caloiro, primeira presença em Conselho Pedagógico, primeira organização de uns campeonatos Universitários fora dos três grandes centros Académicos do país, o I Campeonato Futebol de Salão Universitário na Covilhã 1987 e membro fundador da FPDU, pertencendo ao Conselho Fiscal, mas também relembro com emoção a passagem do IUBI a UBI , sonho consumado pelo visionário Professor Drº Passos Morgado, nascimento da AE UBI e primeiro discurso de um elemento do corpo discente no dia da Instituição. Foi assim em 30 de Abril de 1987, enquanto Presidente da AE UBI, representei os alunos, discursei e recebi o então Presidente da República Portuguesa, Professor Drº Mário Soares, na primeira visita de um político às instalações da Associação.
Todo este processo foi gratificante!
Todo este processo foi enriquecedor!
Todo este processo granjeou- me amizades para toda a vida!
Soube cultivá - las de facto, mas escolhê - las sem dúvida!
Tive o privilégio de partilhar vivências com uma grande geração!
Enormes Dirigentes e Grandes Amigos UBIanos!
Fui acompanhando o trajecto da Associação. Logo em 1988 a AE UBI passa a AA UBI, outros acontecimentos se seguiram mantendo sempre o rumo bem traçado, sem desvios, a Queima das Fitas nasceu, Campeonatos Nacionais Universitários foram realizados na Covilhã, presença no Senado, e desde 1988, um dos três meus anseios tornou - se realidade, a primeira Tuna surgiu, outras surgiram nos anos seguintes, além de um côro, este desde finais de 80, o segundo anseio aconteceu, a sede da Associação instalou - se fora da Instituição, mas realço o surgimento de algo marcante, que desde 1985 tínhamos sempre na agenda nas reuniões com o Magnífico Reitor, o terceiro dos meus anseios, quiçá o mais carismático, a criação de um símbolo identitário: o TRAJE ACADÉMICO!  Núcleos de cursos criaram - se, pólos desportivos e culturais, como os museus Têxteis fundaram-se. Tenho que realçar um dos últimos projectos, obra do anterior Presidente da AA UBI, o encontro dos Antigos Dirigentes Associativos, tendo já duas edições.
A Universidade cresceu, mantendo a traça inicial, o que também tem peso na tradição, a continuidade veio pelo cunho do Professor Drº Santos Silva, que grande obra efectuada, seguindo-se o Professor Drº João Queiroz, sendo obreiro desta continuidade. 
Aqui chegados, ao presente Magnífico Reitor, Professor Drº António Fidalgo, desejo publicamente agradecer e enaltecer, pelo apoio prestado ao nosso Movimento, mas principalmente pela obra continuada e para a qual teve a Visão de saber rodear - se por uma Enorme equipe de UBIanos, Vice - Reitores.
Bem - hajam.
A UBI já produziu o primeiro Drº , Professor Drº Manuel José dos Santos Silva, que além de Aluno, Professor, Director de Departamento, Vice Reitor, foi Reitor, quer isto dizer, que sabe formar quadros. não sendo felizmente caso único.
Somos, enquanto Instituição um caso de Sucesso!
Saibamos continuar a alavancar e liderar toda uma região!

ROTA UBIana!

Pelo país e na última década pelo mundo, sobressaiem vultos, uns mais virtuosos que outros, mas todos com um sentimento comum, criado pela Tradição, pelos Valores, bebidos e apreendidos, que a  UBI na sua continuada obra , a Praxe introduzida pela Associação, enquanto método de saber receber e integrar, o ambiente único da Cidade da Covilhã, a marca indelével da Beira Interior, das suas Gentes, das suas Tradições, Cultura, Gastronomia, nos soube transmitir.
Soubemos, porque ensinados e bem encaminhados pelos pioneiros, Director, Reitores, Professores , Dirigentes Associativos, várias gerações de Alunos e Técnicos da Instituição,
Criar uma Tradição.

É com naturalidade que nasceram os ENCONTROS UBIANOS e a Rota UBIana!

Pretende - se encontrar colegas de todas as gerações, de todas as faculdades,  conviver, relembrar a UBI, onde houver UBIanos.

    Razão porque se criou o         LOGOTIPO ,o  BLOGUE e virá em    breve o HINO, para que tenhamos identidade!

No último mapa estatístico lançado no Blogue da ROTA UBIANA, aparecem UBIanos em vários países e continentes. Vamos contactar - nos nesta plataforma, fomentando o sentimento comum, partilhando vivências e dando a conhecer culturas diferentes, tornando todos mais ricos, mas levando até eles a Beira Interior, UBI, AA UBI, AUBI, Covilhã , das quais têm saudade.

PARABÉNS UBI em mais um memorável aniversário!

PARABÉNS UBIanos por manterem e saberem transmitir o UBIanimo!

Nuno Miguel da Cruz Ramos
nº 783 de 1983/ 84
 

GLOBALIZAÇÃO, A PANDEMIA ANUNCIADA AO MUNDO OCIDENTAL?



Globalização,
a pandemia anunciada ao mundo ocidental?         

Alguns se poderão lembrar de que fui o primeiro aluno a entrar no IUBI. Invulgarmente naqueles anos de 1979, candidatei-me como primeira e única opção à Licenciatura em Engenharia Têxtil. Fi-lo contra a vontade de meu pai e de quem me rodeava pois, residindo em Lisboa e com elevada média de candidatura, entraria em qualquer área de engenharia do Instituto Superior Técnico. Quando em Maio de 1979 anunciei esta intensão a meu pai, recebi como resposta: “Estás parvo, isto é um país de malucos e um dia destes ditam o fim da indústria!” Estava muito longe de imaginar que hoje iria dizer e pensar tudo o que abaixo vos escrevo.   

Quando em 1986 Portugal foi, com os restantes países da comunidade europeia, assinando primeiros acordos comerciais relativos aos diversos sectores da economia – agricultura, pescas e indústria – estariam os nossos políticos sem noção do que era a verdadeira estrutura da economia a nível global.   Menos ainda estiveram preparados para a assinatura, em 1994, dos acordos do GATT, também conhecidos pelos acordos do Uruguai Round. Nesse tempo, quando foram alertados para todos os riscos que tais acordos representavam para as economias do mundo ocidental desenvolvido face à capacidade industrial instalada na China – e na que se estava a instalar na India e Paquistão –, vieram dizer-nos que a China não integrava a WTO pelo que não representava risco, esqueceram-se de que a adesão da China era inevitável e que se avizinhava a breve prazo, o que ocorreu em 1998.
Se me centrar no sector que melhor conheço, a indústria têxtil – excluo daqui o vestuário que desconheço nem tão pouco percebi porque razão se têm “misturado” ambos no mesmo “saco” pois, um sector de capital intensivo como o têxtil não pode nunca ser “misturado” com um sector de mão de obra intensiva como o vestuário, é, direi, o mesmo que querer misturar o azeite e a água – lembro-me bem, ainda nos finais da década de setenta, das indisposições de meu pai quando os telexes relatório dos leilões de lãs da Austrália mostravam a presença da China comprando logo no arranque de cada sessão uma parte substancial do stock em negociação, deixando uma pequena parte para o Ocidente comprar a preço bem mais alto. Até por aqui se pode facilmente concluir que a China era desde há muito uma ameaça séria à indústria têxtil ocidental. De facto, nem na assinatura do último acordo Multifibras de 1986 nem dos acordos do GATT de 1994 o Ocidente soube proteger a sua indústria.
Olhando apenas para Portugal, o descalabro provoca mesmo um imenso sentimento de revolta que, com tantos avisos dados pela indústria, os políticos tivessem feito ouvidos mocos e cerrado os olhos. Depois do disparate da assinatura do último acordo Multifibras, em Março de 1986, que permitiu a abertura pela comunidade europeia a importações nada controladas – a partir daí, a Turquia e a Indonésia por exemplo, exportaram para a comunidade europeia tudo o que quiseram com praticas inaceitáveis de dumping comercial. Os subsídios à exportação chegaram, na Turquia por exemplo, a atingir 25% sobre o valor de fatura. O efeito imediato foi de destruição dos sectores de malhas e confecção em Inglaterra, Bélgica, França, Dinamarca, Suécia, etc. o que representou para a indústria têxtil portuguesa a perda dos seus clientes de exportação num efeito em jeito de boomerang dada a leviandade com que o nosso governo assinou esse acordo. Certamente desconheciam os nossos políticos a importância de um sector exportador – Portugal foi sempre uma pequena economia com um mercado interno sem grande capacidade de compra – para a economia do país. Foi assim que, quase determinando a extinção de um sector com uma história que se confunde com a fundação da nacionalidade, entre 1987 e 1992 com as fronteiras da europa já abertas à importação, os políticos portugueses decidiram reduzir o número de horas de trabalho da indústria de 45 para 40, fixaram o câmbio do escudo eliminado os ganhos da indústria nas taxas cambiais, subiram as taxas de juro a valores que atingiram 30% ao ano logo após terem incentivado a indústria a investir ao abrigo do famoso PEDIP I. Ora, apenas por via da redução do número de horas de trabalho, o aumento dos custos salariais foi da ordem dos 10%, com taxas de juro insuportáveis por qualquer negócio lícito, sem ganhos cambiais e com concorrência desleal legalizada pela política é naturalmente impossível manter viva uma indústria que era vital à economia do país e que vinha a conhecer forte crescimento após a intervenção do FMI em Portugal no início dos anos 80. Diziam-nos então os políticos que a indústria têxtil só criava trabalho precário e que iriamos ser um país rico de prestação de serviços. Na indústria um operador de máquinas leva sempre 6 a 12 meses para estar formado enquanto que para se trabalhar nos “call centers”, de que tanto se orgulham os políticos, os contractos de trabalho são à quinzena e mal pagos. Onde está então a precariedade? Estava num sector industrial criador de valor ou na modernidade instável dos “call centers”? Julgo que está mais que provado que a têxtil era afinal criadora de emprego estável quase sempre justamente pago quando comparado com o resto da economia e criadora de valor fundamental ao crescimento da economia nacional.

Com a China já integrada na WTO e os grandes retalhistas já com larga experiência de produção naquela zona da Ásia, chegámos a 1 de Janeiro de 2005, data da entrada em vigor dos Acordos do GATT. Como provam as estatísticas a produção industrial caiu de forma abrupta no mundo Ocidental. Mas nem necessitaríamos de recorrer às estatísticas para entender o efeito devastador da liberalização na Europa pois, bastar-nos-á passear, pela Covilhã, por Castanheira de Pera, Guimarães ou Riba d’Ave, em Portugal e também por Terrassa ou Sabadell, em Espanha, por Mulhouse, Tourcoing, Roubaix ou Roanne, em França, por Herning na Dinamarca, por Boras, na Suécia, por Bradford, Leeds, Harrogate ou Leicester, em Inglaterra, para se observar a imensa quantidade de edifícios industriais em ruinas. Podemos a isto juntar outras indústrias como a metalurgia, olhar para Newcastle em Inglaterra, ou sector automóvel e olhar para Detroit ou Minneapolis, nos EUA. A consequência não foi apenas a do desaparecimento singelo de indústria, foi também a desertificação das cidades de interior, uma inevitável concentração da população nas zonas litorais ou em volta das grandes capitais, crescimento de emprego precário e, muito mais que isso, perda de capacidade de criação de valor do mundo Ocidental. Tudo se deve à inépcia e incapacidade dos políticos que se deixaram pressionar pelas grandes cadeias de retalho mas se esqueceram que, a abertura descontrolada às importações com origem na China levaria inevitavelmente à perda de capacidade competitiva da indústria e ao seu desaparecimento, atirando as economias para um triangulo verdadeiramente suicida: Perda de Competitividade  =>  Quebra de Receitas dos Estados e Aumento das Prestações Sociais  =>  Aumento de Impostos e da Dívida Externa (= Perda de Competitividade).

Com as economias estado de franca debilidade – o que ficou bem patente em 2008 – , o mundo Ocidental veio “vergar-se” ainda mais perante a China. Para espanto de todos, quem mais se vergou perante a China comunista foi a direita política entregando-lhes, a troco de “meia dúzia de moedas”, sectores vitais à competitividade das economias como a distribuição e a produção energética. Não me é possível esquecer os brindes com champanhe entre os nossos governantes e os chineses transmitidos em directo pela televisão, celebrando a venda da participação na EDP! Claro que para estas famílias políticas tal opção revelou-se vantajosa pois, enquanto aliviavam muito ligeira e falsamente os défices orçamentais garantiam bons lugares profissionais aos seus “companheiros de luta” e mentores intelectuais desde os “bancos de escola”. A tudo a esquerda política assistiu muda e calada, com vontade até de aplaudir, às opções da governança pois, para além de se dar todo o poder a um país comunista, já antes tinha dado como bom o argumento de que, em termos globais, o número de pobres no mundo seria menor graças à globalização da economia. Nada disso foi verdade, pelo contrário, aquilo a que de facto se assiste hoje é a uma economia dominada por poucas “mãos” e que concentrou excessivamente a riqueza em apenas 1% da população mundial. Não foi deste modo que o mundo Ocidental se desenvolveu nos últimos duzentos anos e ultrapassou a Ásia na liderança económica, foi com democracia e mais redistribuição da riqueza, foi com economia criadora de valor, mais direitos às mulheres, mais serviços de saúde, mais formação e mais investigação.
É também verdade que houve no Ocidente quem muito beneficiasse destas opções e até tudo fizesse para que fosse este o caminho. Refiro-me particularmente à Alemanha e à Holanda. A Alemanha que sabia bem que iria beneficiar da exportação de equipamentos – máquinas e automóveis - para a Ásia, salvando assim as indústrias que suportam a sua economia. A Holanda porque, como país mercador por excelência – bastam trinta minutos em cima de uma ponte à entrada do porto de Roterdão para se constatar a dimensão do movimento de carga marítima que por ali passa –, pôde fazer crescer o comércio por si promovido mesmo dando suporte a graves práticas de dumping económico.

Tudo isto foi possível por falta de verdadeira liderança do mundo Ocidental desenvolvido e um total desprezo pelas estruturas económicas que por cá criavam valor. A chamada “teoria da escola de Chicago” passou a dominar o mundo ocidental. Considera que o importante é fabricar mais barato ainda que com práticas de concorrência desleal que levaram à asfixia de uma grande parte das nossas indústrias obrigadas ao cumprimento de toda a espécie de regras sem que fossem igualmente replicadas e exigidas à Ásia.

O mundo ocidental vive hoje com uma pandemia inaceitável para os dias de hoje dados os avanços da medicina no nosso tempo. Esta pandemia irá provocar um nível de destruição nas economias que ninguém de bom senso poderá agora prever com exatidão a dimensão do desastre. Sabemos todos que a origem esteve na China, sabemos também que os números que a China transmite ao mundo só podem ser falsos. Basta fazermos uma comparação com o número de habitantes de Itália, Espanha e Estados Unidos da América para percebermos. Ora, o país de origem deste grave surto viral, com 1,3 mil milhões de habitantes dizia hoje, 29 de Abril, ter cerca de 90.000 pessoas infectadas e 4.600 óbitos. A China esteve calada e quis negar ao mundo a realidade atempadamente o que impediu de confinar o problema à sua zona geográfica. Para além de criar um gravíssimo problema à escala mundial, a China está a disto a tirar largos benefícios económicos. De repente o mundo ocidental precisou de ventiladores, líquido desinfectante, equipamento de protecção médica, máscaras, luvas, etc. e percebemos que só a China domina a produção, só a China está preparada para fornecer.

Disse que as consequências que esta pandemia trará para as economias do Ocidente são imprevisíveis, mas espero que a realidade de hoje mude muito o mundo e nos traga de volta a criação de valor. Esperamos todos que o mundo Ocidental, em particular a União Europeia, saiba estar à altura, que encontre líderes à altura de enfrentar os interesses nocivos que se instalaram ao longo das últimas três décadas e com coragem de “emendar a mão”. Não sou, nem nunca fui, favorável ao fecho das economias, mas sou exigente com o cumprimento de regras e elas têm que ser iguais para todos. É pouco relevante se o capital de um banco ou de uma seguradora que opera entre nós tem maior ou menor participação chinesa, mas é muito relevante quando lhes entregamos toda a capacidade produtiva e de criação de valor e, ainda lhes entregamos o controlo nos nossos países de sectores vitais para a competitividade das nossas indústrias.   Só connosco pode competir quem tiver o mesmo nível de respeito pelo ser humano e pelo ambiente, que temos no mundo ocidental desenvolvido. A grande distribuição tem que entender isto!

António Aguilar
30 de Abril de 2020


quarta-feira, 29 de abril de 2020

CC- Crónica de uma alcunha anunciada...






O Jorge era o CC, na universidade toda a gente lhe chamava Cê Cê mas quase ninguém sabia de onde provinham essas duas iniciais. A maior parte pensaria que CC eram as iniciais do seu nome, e nem imaginava a carga hilária que estava por trás daquela designação. Com efeito, só um grupo restrito é que conhecia a história daquela alcunha que tinha a sua origem numa das cenas mais memoráveis desses saudosos tempos de loucura. Então foi assim: 
Bem, isto é complicado porque leva bola vermelha, vamos ter que arranjar aqui uma maneira de contornar a censura da moral e dos bons costumes. Vamolá então:

pente*** - cabelo púbico
colh**     - testículo

Um dia alguém se lembrou de gravar uma cassete (vejam lá há quantos anos isto foi…) com uma música tribal, tipo tambores e indígenas a cantar e a dançar em círculo. Juntou-se um grupo numeroso num quarto da residência, o Jorge levou um grande gravador de cassetes, e a ideia era gravar uma música para depois ir desbundar para o refeitório quando aquilo estivesse cheio de malta. 
A letra da música de ritmo tribal era:

arranca o pente*** 
batch cu batch colh**

enfia no buraco
batch cu batch colh**

e nasce um fedelho
batch cu batch colh**

Ora, a ideia era a seguinte: 
o que tivesse o maior vozeirão cantava a solo uma estrofe, e depois, todos em conjunto, repetiam. Isto estrofe a estrofe.
Depois ficou combinado que a parte final seria assim: todos em conjunto cantariam “batch cu, batch cu, batch cu….”, aumentando sempre o volume de um “batch cu” para o seguinte, até que, depois de uma brevíssima pausa lá em cima, todos em uníssono rematariam com um sonoro e apoteótico “colh**!!!!”.
E lá começámos a ensaiar. Só que aquilo estava difícil porque não havia meio de o “colh**!!!” final sair perfeito, ou seja, com todos em uníssono, e fulgurante.
Finalmente os ensaios começaram a dar frutos e a coisa estava afinada. 
Decidimos gravar. O Jorge ficou com a tarefa de operar o gravador, ele que era o dono do aparelho. Carregou no botão para gravar e a cantoria começou. Ficámos todos com a convicção de que estava a correr tudo às mil maravilhas, e o final, então, esse foi perfeito. Espetacular!
Entusiasmados, mal acabou a atuação juntámo-nos todos a ouvir a gravação para confirmar que a nossa opinião estava certa. E de facto aquilo estava um must. Só que, quando chegou ao melhor, apanhámos a maior deceção do dia: o “colh** final estava cortado. Nisto o Jorge desatou à gargalhada, todo orgulhoso por nos ter tramado a obra prima e achando talvez que ia ganhar o óscar para o melhor desmancha prazeres e gozão. Mas não, o que ele ganhou foi a alcunha do CC, Corta **lhões. 
(Como se pode ver, desvendar a proveniência do “CC” sem conhecer a história era missão absolutamente impossível…).

Gondri

Para ti Artur Cornélio

Um tema, uma imagem, Eterna saudade ...




O EU versus o NÓS …

Acredito que, para quem nunca partilhou o seu espaço, os seus objectivos e as suas responsabilidades, quem nunca experimentou perguntar para saber, ouvir para aprender, quem nunca respeitou, para ser respeitado, desconheça a significativa diferença, num texto, numa conversação, numa reunião, num discurso, na utilização do termo EU relativamente a NÓS…

O Eu, só por si, é uma manifestação de desrespeito formal e intencional, pelos outros, pelas suas contribuições, pelo seu esforço, pelo seu trabalho e companheirismo.

Já o Nós, é um convite, um convite ao apoio, á colaboração, á empatia, ao envolvimento, á participação, nos feitos e nas responsabilidades, enfim o Nós, é o primeiro passo para as conquistas, para o trabalho em equipa, para a partilha, para o sucesso enfim, para o respeito …

O Nós, e não o eu, deverá ser, sempre, a escolha, a base de qualquer caminho, de qualquer conquista, o enfoque em qualquer conversa ou discurso, o Nós é a verdadeira solução.

Por isso, a UBI será sempre superior aos eu’s, a UBI seremos sempre NÓS 

Vasco Silva



ARTUR CORNÉLIO

Um amigo “incógnito”, um “pai” presente …

Por sugestão do Joaquim Moura, porque não, homenagear alguém que exemplarmente, serviu a comunidade, serviu a Instituição, ao invés de promover egocentrismos …

Porque não, juntar todos os seus amigos e, ao invés de almoços “pouco” simbólicos, realizar uma homenagem sentida e póstuma a quem, mais que ninguém, o merece, na Covilhã, na UBI .

Porque não, organizar-se uma homenagem, digna e sentida, a Artur Cornélio, personalidade consensual que, realmente, esteve mais de 30 anos, ao serviço da Comunidade Académica …

O Caminho faz-se caminhando ...


Para se chegar a algum lado, tem de se iniciar o caminho …

O texto sobre a UBI, mereceu do meu colega e amigo António Pinheiro, o seguinte comentário…

 As comparações que referes têm um factor de desequilíbrio que não estás a considerar e que tem um peso enorme, independentemente de outras razões que eventualmente existam: a demografia. Infelizmente a UBI está numa região onde não há quase ninguém. Há estudos demográficos que até apontariam para um sucesso muito improvável considerando o número de estudantes locais que são possíveis de captar. No sentido oposto, comparas a UBI com uma instituição que só está na região mais jovem da europa... Depois há outras factores que influenciam, mas que não vou considerar agora.

Comentário que agradeço mas que, mais que uma resposta, merecerá uma reflexão…

1-       Infelizmente a UBI está numa região onde não há quase ninguém.

Curiosamente, esta mesma região, tão orgulhosa da sua história que se nomeou, em tempos, de “Manchester Portuguesa”.
Curiosamente, esta mesma região, que, em tempos, se arrogou a têr o melhor curso do País, agora, coloca as suas parcas empresas, sem “mão de obra” especializada.
Curiosamente, esta mesma região tem uma Universidade que “convida” estudantes de todo o País, a se deslocarem para junto de si. Porque não aproveita esse potencial, para além da própria academia ?

2-       Há estudos demográficos que até apontariam para um sucesso muito improvável considerando o número de estudantes locais que são possíveis de captar

Quem, como eu, viveu a UBI, não estranha a tua afirmação, embora lamente que, nestes mais de 35 anos de vida, o conceito redutor de diferenciação qualitativa entre “estudantes locais” e “estrangeiros” se mantenha com a acuidade e importância que a tua referência denota.
Eventualmente, dessa “dicotomia” tão pouco esclarecida, resulte parte do problema.

3-       No sentido oposto, comparas a UBI com uma instituição que só está na região mais jovem da europa...

Se ao longo da sua história, como a U.M. se tivesse criado condições para reter, na região, grande parte dos seus alunos, licenciados ou não, locais ou não, eventualmente, nenhuma das tuas afirmações, aqui contestadas, careceriam de existir…

Lidar com “massa crítica” não é fácil e, para alguns, eventualmente será problemático.

O “tradicional” conceito de sermos os melhores da nossa rua, não serve mais pois, outros, partirão, levando a sua competência a outras ruas e, rapidamente, “aquela” rua que era a principal, passa a secundária, a limítrofe, a ruela, a caminho…

Como já o disse, desejo sinceramente que as memórias que por aqui passam, sirvam de motivação, num “arrepiar caminho” e que a soberba, baseada no passado e na história, se dilua numa ambição, de fazer futuro

Porque o caminho faz-se caminhando …

Vasco Silva

terça-feira, 28 de abril de 2020

INJUSTIÇA


Decorria o ano de 1985,estava o aluno N 530,a cumprir serviço militar quando teve que se deslocar á Universidade para fazer um exame de análise numérica .
Apeado do comboio já depois da hora do jantar,passou pelo Primor,onde sabia ir encontrar alguns estudiosos que o pudessem ajudar,a arranjar uns "auxiliares de memória "pois como é obvio da disciplina só sabia o Nome.
Depois da calorosa recepção e exlicado o motivo da visita,logo o deixaram descansado ,pois alguns tinham a matéria em dia e iriam ajudar."Não te preocupes,ficas ao pé  de nós e tudo correrá bem".
Aliviado com tanta sabedoria,foi o 530 e mais alguns continuar o estudo para o N1,para relaxar um bocado....
Chegada a hora do exame, e seguindo o combinado, estrategicamente colocado entre dois colegas, o 530 foi recolhendo a sabedoria, e entregou o exame aliviado.
Notas finais:
530-14 valores
Á frente- 10 valores
Atrás-10 valores
O colega frente,(não cito o nome),bom aluno que não costumava ter classificações tão baixas,foi confrontar o Professor acerca da nota e trouxe a seguinte resposta:
"O Sr. TEM SORTE EM EU NÃO LHE ANULAR O EXAME,POIS DESCONFIO QUE COPIOU PELO 530".
Moral da historia: Foi uma INJUSTIÇA
António Rocha
N530

Ode ao Ânus - a obra que mais prazer me deu obrar na UBI.

ABC Margarida: Abril 2015


A UBI comemora o seu 34º Aniversário

A Associação de Antigos alunos da Universidade da Beira Interior quer desta forma assinalar esta data tão especial em que a UBI comemora o seu 34o Aniversário. Queremos felicitar todos aqueles que ao longo dos anos têm alavancado o crescimento desta instituição de ensino superior e que contribuem hoje com conhecimento científico em prol do bem-estar da comunidade.

Este ano e com esta nova realidade desafiante, que tem levado toda a comunidade UBIANA a uma adaptação das suas rotinas, esperamos continuar a crescer e a contribuir para o enaltecer da comunidade académica e envolvente.
Gostaríamos ainda, de congratular todos aqueles que tem mantido em funcionamento as várias áreas desta instituição, desde professores, investigadores, alunos, funcionários e de todos os que diariamente colaboram com a universidade, pelo excelente trabalho prestado. Mesmo com esta vivência diferente, que nos levou a repensar rotinas, formas de estar, de agir e de pensar, a AUBI vai continuar a desenvolver ações que fortaleçam a ligação entre a comunidade UBIANA e os antigos alunos da instituição.

Desejamos que todos se mantenham seguros e de saúde, protejam-se e acima de tudo não deixem
de viver!

Saudações académicas!

Parabéns UBI e UBIANOS!

Os vegans da UBI são os mais fundamentalistas...

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Não sei porquê, mas os estudantes vegans da Universidade da Beira Interior são os mais fundamentalistas que há na prática do veganismo. Não sei se é dos ares da serra, se é do declive, se do que é, só sei que chegam ao ponto de tapar os ouvidos quando os pássaros cantam porque não consomem música de origem animal. Tudo lhes tira o sono, basta que alguém dê um grito a um cãozinho à frente deles para entrarem em depressão e passarem a noite em branco. Quando estão com insónias, os estudantes vegans da UBI não contam carneiros, contar carneiros é um sonífero de origem animal, nem pensar, alguma vez se punham a contar carneiros para cair no sono, não senhor. Em alternativa, os vegans ubianos contam dígitos do número pi. E garanto-vos que não é tarefa fácil, há um que já vai em 10550 dígitos e ainda não conseguiu adormecer...

Gondri


O bóson de Higgs e a origem da massa.

Palestras: “A interação entre a fé cristã e a ciência física desde ...


Consta que José Sócrates foi assistir à palestra de um prestigiado catedrático de física na Faculdade de Ciências da Universidade da Beira Interior, subordinada ao tema, " Da energia à matéria: O bóson de Higgs e a origem da massa".
Dizem as más línguas que quando o distinto professor começou a falar da origem da massa, José Sócrates levantou-se, discreta e subrepticiamente, e a coberto da compenetração com que toda a plateia seguia a palestra, saiu em passinhos esquivos e silenciosos, pé ante pé, e só voltou a ser visto uma semana depois, a pescar trutas na ribeira do Paul...

Gondri


Para ti UBI ...


Acontecimento insólito no departamento de Ciências Médicas da UBI.

Caricatura Que Ridícula O Biólogo Olha Em Um Microscópio ...

José Arnaldo foi infetado por um vírus misterioso e, no espaço de quinze dias minguou, minguou, até que deixou de se poder ver à vista desarmada. Ficou tão minúsculo, tão minúsculo, que para lhe pôr a vista em cima só mesmo de microscópio.
Um dia lembrou-se de se meter no meio de uma amostra de bactérias patológicas que um investigador do departamento de ciências médicas da UBI já tinha colocado na lâmina do microscópio, para observação e estudo. Quando o investigador ubiano meteu o olho no microscópio ficou travado pelo espanto: era a cara de José Arnaldo, a rir e a fazer caretas! “Nunca vi nada assim”, escreveu o investigador no seu relatório.
Incrédulo, e já duvidando da sua própria sanidade mental, o investigador procurou um psiquiatra:
- não sei o que se passa: assim que olhei no microscópio vi uma cara de gente a rir e a fazer caretas…
O psiquiatra deitou-lhe um ar de gozo e, no remate de uma gargalhada, disse:
- olhe, a minha sogra não era de certeza, que essa nem tem cara de gente nem se ri p’ra ninguém…

Gondri


Se a temperatura fosse zero a serra desaparecia.



Algures nos saudosos eighties, a sala 3.1 estremeceu de riso com mais um falhanço "made in B"...

A Termodinâmica do B, na 3.1, era um fartote de riso. Certa vez andava ele de volta da lei dos gases perfeitos (PV =nRT), e um aluno disse do fundo da plateia que se a temperatura fosse zero o volume também teria que ser zero. O B fitou-o de longe, com aquele sorriso matarruano, e atirou, com doses industriais de escárnio e ironia: “ai se a temperatura foche zero o volume também era jero... então quer dizer que quando estão jero graus aqui a serra da Estrela desaparece”.
Quando o B se saiu com esta, a plateia desatou a gargalhar com estrondo. No fundo estavam todos rendidos à acutilância e ao sentido de humor do B que, com aquela piada, deixara o aluno sem conserto.
Mas eis que o aluno, ofendido pela forma como o B o expunha ao ridículo, se levantou, e, entre as gargalhadas que ainda ecoavam na sala, gritou furioso qualquer coisa como isto: “o professor deve estar a brincar comigo, então você não sabe que aqui a temperatura zero é o zero absoluto?! Estamos a falar de graus kelvin e você vem p’ráqui com os graus célsius, você devia era pensar bem antes de dizer asneiras!”
A sala ficou por um breve instante em silêncio, o tempo que durou até que todos checassem a equação da lei dos gases e percebessem que, afinal, ali o burro era o B e não o aluno. E eis que uma nova salva de gargalhadas bombardeou a sala, mas agora já com o B no papel de bobo da corte.
O B não se desmanchou e riu também, desculpando-se com o argumento de que só estava a brincar. Ele de facto tinha muito orgulho no seu sentido de humor saloio. 

Gondri


caíste que nem uma patinha.

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Já não me lembro qual era o teste, nem qual era a professora, nem qual era o aluno ou aluna. Se alguém se lembrar fachavor de dizer.
...................
num teste, já não sei de que disciplina, um certo aluno/a tinha um papel suspeito em cima da carteira. A professora passou pela carteira dele/a, pegou no papel disfarçadamente, e, sem parar, leu o que lá estava escrito. E o que lá estava escrito era, simplesmente, "caíste que nem uma patinha". A professora engoliu em seco, voltou a passar na carteira do aluno/a, deixou o papel onde estava, e nem pio. Coisas da academia...

Gondri

A Análise Matemática da Ana Maria São Miguel, um terror…

Matemática: condenados ao insucesso? | Escola Portuguesa
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Quem se lembra da Análise Matemática da Ana Maria São Miguel?... Um terror! A mulher era sádica todos os dias, fazia uns testes de cortar à faca, oito valores para a teoria, doze para a prática. A teoria, tipo prove que isto é igual àquilo, era só p’ra predestinados. Por isso a malta já sabia que se não tirasse nove e meio na prática lerpava larguete.
As pautas das frequências de Análise Matemática pareciam um funeral. A razia era tanta que chegava a haver quem se gabava de tirar cinco ou seis. A seguir às frequências vinha o exame, e era outra enxurrada de notas de merda. E era isto.
Ora, com quase toda a gente chumbada, e sem sala de aula que albergasse tanta gente, a Ana Maria São Miguel chegava à época de Setembro e fazia um teste fácil. O problema é que o pessoal, habituado aos testes dificílimos que ela fazia, estranhava tanta facilidade e via rasteiras em todo o lado. Se ela metia, por exemplo, uma primitiva direta daquelas cagativas de resolver, toda a gente adotava a máxima de que quando a esmola é grande o pobre desconfia e encarava-a como se fosse uma primitiva por substituição, das difíceis, à Ana Maria São Miguel, engatando aquela porcaria toda. Ou seja, paradoxalmente, quando mais o aluno sabia mais probabilidade tinha de se espalhar ao comprido…
E era então que a Ana Maria São Miguel, qual boa samaritana, se lamentava: “não percebo, dizem que a culpa é minha porque faço testes difíceis, mas fiz um facílimo e chumbaram à mesma. Como é que podem dizer que a culpa é minha?!...”.
Bem, a verdade é que quando a Ana Maria São Miguel se foi embora, e veio o Lavrador, aquilo era só dezassetes e dezoitos nas pautas. A culpa era mesmo dela…

Gondri


segunda-feira, 27 de abril de 2020

O Início e o tempo actual COVID O PARADOXO


Nos áureos tempos do arranque do Instituo Universitário da Beira Interior, depois UBI, Universidade da beira Interior, na longeva década de 80 do século passado, pois é, somos desses tempos, do século passado! O tempo despenha-se como flocos de neve nos nossos cabelos mas transporta-nos num voo delicioso não pela encosta da serra mas pelas nossas memórias, desses tempos, sim, de tempos em que nada era como agora. A Covilhã, terra dos lanifícios, interior de gente de trabalho que a revolução de Abril do mesmo século passado tornou reivindicativas, mas que ainda não tinha perdido o típico estilo do interior onde todos se conhecem. É nesse contexto que muita gente jovem, muita para aqueles tempos, sem nada que possa extrapolar-se para os dias de hoje, iniciava uma vida nova e uma nova vida. Vindos de muitos pontos do país mas muitos do próprio interior que a vida ainda era de um país francamente atrasado e conservador e onde ter um filho a estudar em Lisboa, Porto era difícil e Coimbra era para os “doutores”. Não era despicienda a questão “notas” de entrada. Um verdadeiro caldo onde nem sempre se vinha de boa vontade, porque esta é a verdade! Mas não cabe neste meu contributo desvio maior que o do interior de cada um e o momento actual. Juntavam-se, portanto pessoas fora das suas zonas de conforto, longe dos seus amigos, distantes de tudo o que eram as suas regiões, com os medos próprios de uma idade fantástica e desafiadora mas de enormes descobertas, mais que não fosse, dos limites de cada um, dos valores de cada, da capacidade de adaptabilidade, resistência até. Tal como em ambientes a anteriori hostis, o ser humano estabelece prioridades, pontes, ligações para, em grupo, estar mais apto a defender-se. Não esqueçamos que “lutar” ou “fugir” nos comanda desde sempre. De meros interesses de sobrevivência as pontes foram-se fortalecendo, os suportes reforçados, as “lutas”, os grupos, as propinas, as precedências, as saudades, tudo empurrou aquilo que antes seria, na génese, o cérebro reptiliano a comandar, a outros valores mais fortes. Conheciam-se pessoas e experiências, faziam-se amizades, ensaiavam-se namoriscos, alguns ainda hoje perduram, imaginem só. Como um todo, eram romarias a jogos de futebol, a garraiadas, sempre com a dimensão própria de uma Universidade nova, diferente, feita por gente com esses valores, que se unia e vestia a camisola da sua Universidade. Perante o próprio destrato em eventos desportivos nacionais pelo desconhecimento de que, mais que um nome, uma camisola, uma terra, há pessoas, gente, e quando essa gente se junta num corpo sólido onde os valores se revelam fortes, os limites podem surpreender. Assim foi quando ilustres desconhecidos foram, no Porto, Campeões nacionais universitários pela 1ª vez na história. Foi a raiva das gentes, dessas gentes,  a incutir temeridade, e energia porque embora dotados de valores, tratava-se de um grupo de amigos sem os meios dos grandes emblemas. Foram os valores da união, do envolvimento numa causa comum, foi o colectivo, onde todos tinham o seu lugar. Foram momentos de efusividade, abraços, copos, muitos copos, festa e comemoração. Foram memórias fantásticas que hoje continuamos a partilhar.
Hoje, tudo mudou e instalou-se o paradoxo. Aquilo que nos distingue, a proximidade, o calor humano, o abraço, o “aperto do bacalhau”, o “give me 5”, o beijo, o “selinho” como dizem os brasileiros, tudo isso mudou, embalado num medo tornado pânico que esses gestos nos contaminem. Quem antes não se pautava pela amizade rejubila, nós, aqueles que fomos desses momentos, andamos acabrunhados, a precisar dos afectos, da proximidade. Todos se tornaram tóxicos. Como é isto possível? Pior, como será o futuro? Estes tempos vão tornar-nos mais perigosos uns para os outros. Se sobrevivermos a este vírus do confinamento e distanciamento social, sobreviverão os nossos valores? Haja o que houver, voltaremos a, sim, isso mesmo, a ser humanos, mas sejamos humanos melhores. Não nos lembremos só do mais fraquinho da equipa, mas do papel que ele também teve, porque teve, não valorizemos apenas o brilhantismo dos melhores dos nossos pares, festejemos mesmo aqueles que atingiram o final dos seus cursos “mesmo à rasca”! É esse o espírito que nos uniu, todos tem lugar, todos. Porque, afinal, basta cultivarmos valores como generosidade, amizade, genuinidade, para termos a tal alavanca que, como no século passado mudou TUDO!
    J. HENRIQUES OLIVEIRA
26/04/2020

domingo, 26 de abril de 2020

SAUDADE

Estamos numa guerra, só que o inimigo é invisível. 
Esta guerra não se ganha com armas de guerra. Ganha-se com conhecimento médico e científico.
Foi preciso esta “guerra mundial”, para que o mundo parasse, para que cada um de nós parasse para olhar o presente sem saber o que esperar do futuro.

Uma coisa que eu sei, é que esta guerra servirá para inverter valores, pelo menos, assim espero.
Todos nós temos valores próprios, todos nós temos um conjunto de regras que consideramos importantes. São estes valores que influenciam o nosso quotidiano, que influenciam os nossos relacionamentos pessoais e profissionais.
Será que esse conjunto de regras, esses valores são exatamente iguais aos que tínhamos  há um mês atrás?
Penso que não.
Durante estes dias fomos invadidos por sentimentos de gratidão, partilha, humildade, solidariedade, tolerância, dignidade, amizade e de SAUDADE.

Nunca uma palavra teve tanto poder – SAUDADE. 
Saudade dos que perdemos,
Saudade do que tivemos,
Saudade de olharmos nos olhos,
Saudade de um abraço, 
Saudade de um beijo.

E é esta saudade que me reporta ao ano de 1986/1987, ano em que a Cidade Neve me acolheu e a UBI me recebeu como caloira de 2ª (fase). 

Foram anos intensamente vividos, muitas latadas, Bailes de Gala (recordo como se fosse hoje, o último Baile no Sanatório), Associações de Estudantes (mais tarde Associações Académicas), Conselhos Pedagógicos em representação dos alunos das Ciências Exatas, Senado da Universidade em representação dos Ubianos, Campeonatos Nacionais Universitários, “Moçoilas” e muitos desafios abraçados e superados.

Hoje, a minha saudade leva as minhas recordações a uma pessoa que me marcou, aquele que tão carinhosamente chamávamos de Ti Artur. Todos recordamos saudosamente aquele que foi o padrinho das “Moçoilas” e o padrinho de muitos de nós – Sr. Artur Cornélio.  
Muitas histórias para contar ... 


Uma vez UBIano, para sempre UBIano.

Ivone Silva Cristino
1613


sábado, 25 de abril de 2020

A liderança, como o respeito, não são direitos, são conquistas …


O meu “texto” anterior mereceu o seguinte comentário, da parte de um ilustre Ubiano, administrador desta blog, grande companheiro de lutas e amigo …

Nuno Miguel da Cruz Ramos disse...
Vasco, completamente de acordo, a interioridade não pode ser resposta para tudo, a integração plena da Instituição UBI, na cidade e região urge, é fundamental,e está reservado para ela a liderança e o carregar com toda uma região.
As forças políticas e institucionais, bem como os empresários e comerciantes terão que entender e reconhecer a liderança da UBI, para que isso aconteça a política desta terá que ser traçada para um futuro a médio, longo prazo, sendo resiliente mas compenetrada do seu valor, prestígio e destino:

LÍDER INTERVENIENTE DA REGIÃO DA BEIRA INTERIOR
25 de abril de 2020 às 00:03
Infelizmente, nas suas palavras, que considero bem ilustrativas dos “Ubi feelings”, reiteram de forma compacta, tudo o que o meu texto pretendia referir pois, antes de apontar lideranças deveremos encetar caminhos …

Não se pode considerar que se está a corresponder ás expectativas, quando se considera suficiente “deslocar” pessoas, temporariamente, desde as suas origens até á UBI, isso não é o seu objectivo, é só o “mais fácil” de se realizar. O objectivo deveria de sêr cativar essas pessoas, desde as suas origens, sim mas, depois, proporcionar-lhes conhecimentos e condições de “devolverem” á região, esses anos, de formação e investimento, criando condições para se fixarem, ao invés de procurarem regressar ás suas origens ou “dispersarem” por outros locais e, para isso, a UBI, deverá descer do seu “pedestral de utópica liderança” e estrategicamente, pela “massa critica que possui” pensar numa disponibilização e utilização dos recursos regionais.

Não entendo e, enquanto Ubiano, fiquei estupefacto, tendo a UBI, um histórico de ligação á aeronáutica, bem simbolizado pelo monumento, no seu interior, se tenha “permitido” que fosse Portalegre a receber um polo de Industria Aeronáutica, sinceramente, não entendo tal facto, ainda hoje e, acredito, algures, alguém desrespeitou a “história”, alguém esqueceu a sua “origem”.

Voltando, num grupo, acredito, a liderança será “natural”, seja pelo exemplo, seja pelo reconhecimento e, em ambos, a UBI possui excelentes ferramentas mas, esse papel deverá ser assumido, por iniciativa dos outros participantes e, nunca, á partida e, muito menos, num trabalho onde, mais que a “soberba” de alguns, se necessita da colaboração de todos.

Não Nuno, a UBI, carece de ser a líder, seja do que for, a UBI deverá sêr, isso sim, a principal promotora, a primeira obreira, de uma estratégia de desenvolvimento local e regional, que combata a deslocalização e, principalmente, possibilite, a prazo, na Beira Interior, pleno emprego e, pleno emprego de qualidade.

Não, Nuno, os comerciantes e empresários não terão de entender nem reconhecer nada, antes pelo contrário …

A liderança, no momento, terá de ser das “forças vivas locais”, elas é que terão de têr a possibilidade de expressar, livre e incondicionalmente, as suas dificuldades, as suas carências e as suas expectativas, cabe, neste momento, á UBI, ouvir, respeitar e estudar, estudar formas de, no respeito por essas expectativas, formar recursos que transformem as carências, apontadas, em oportunidades, e as dificuldades em soluções, e depois, fruto da qualidade do seu trabalho, eventualmente, será tomada como exemplo, como líder, depois, Nuno Ramos, não antes, não “à partida” …


   Vasco Silva