Para
se chegar a algum lado, tem de se iniciar o caminho …
O texto sobre a UBI, mereceu do meu colega e amigo António Pinheiro, o
seguinte comentário…
As comparações
que referes têm um factor de desequilíbrio que não estás a considerar e que tem
um peso enorme, independentemente de outras razões que eventualmente existam: a
demografia. Infelizmente a UBI está numa região onde não há quase ninguém.
Há estudos demográficos que até apontariam para um sucesso muito
improvável considerando o número de estudantes locais que são possíveis de
captar. No sentido oposto, comparas a UBI com uma instituição que só está na
região mais jovem da europa... Depois há outras factores que influenciam, mas
que não vou considerar agora.
Comentário
que agradeço mas que, mais que uma resposta, merecerá uma reflexão…
1- Infelizmente a
UBI está numa região onde não há quase ninguém.
Curiosamente, esta
mesma região, tão orgulhosa da sua história que se nomeou, em tempos, de
“Manchester Portuguesa”.
Curiosamente, esta
mesma região, que, em tempos, se arrogou a têr o melhor curso do País, agora,
coloca as suas parcas empresas, sem “mão de obra” especializada.
Curiosamente, esta
mesma região tem uma Universidade que “convida” estudantes de todo o País, a se
deslocarem para junto de si. Porque não aproveita esse potencial, para além da
própria academia ?
2- Há estudos
demográficos que até apontariam para um sucesso muito improvável considerando o
número de estudantes locais que são possíveis de captar
Quem, como eu, viveu a UBI, não
estranha a tua afirmação, embora lamente que, nestes mais de 35 anos de vida, o
conceito redutor de diferenciação qualitativa entre “estudantes locais” e
“estrangeiros” se mantenha com a acuidade e importância que a tua referência denota.
Eventualmente, dessa “dicotomia”
tão pouco esclarecida, resulte parte do problema.
3- No sentido
oposto, comparas a UBI com uma instituição que só está na região mais jovem da
europa...
Se ao longo da sua
história, como a U.M. se tivesse criado condições para reter, na região, grande
parte dos seus alunos, licenciados ou não, locais ou não, eventualmente,
nenhuma das tuas afirmações, aqui contestadas, careceriam de existir…
Lidar com “massa crítica” não é fácil e, para
alguns, eventualmente será problemático.
O “tradicional” conceito de sermos os melhores da
nossa rua, não serve mais pois, outros, partirão, levando a sua competência a
outras ruas e, rapidamente, “aquela” rua que era a principal, passa a
secundária, a limítrofe, a ruela, a caminho…
Como já o disse, desejo sinceramente que as
memórias que por aqui passam, sirvam de motivação, num “arrepiar caminho” e que
a soberba, baseada no passado e na história, se dilua numa ambição, de fazer futuro.
Porque o caminho faz-se
caminhando …
Vasco Silva
2 comentários:
Ainda bem que podemos contar com as reflexões pragmáticas e bem fundamentadas do Vasco sobre a realidade da Beira Interior. Eu sou um defensor incondicional do interior a quem repugna a centralização de tudo na capital, mas tenho uma visão muito geral e romântica das coisas. O Vasco, no entanto, é analítico e incisivo na identificação dos problemas reais e abre com grande clarividência uma discussão estratégica para o futuro. Bem haja por isso.
Obrigado Gondri
Espero que tais considerações sirvam efectivamente, para uma reflexão e não, exclusivamente, como polémica gratuita ...
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