terça-feira, 28 de abril de 2020

Se a temperatura fosse zero a serra desaparecia.



Algures nos saudosos eighties, a sala 3.1 estremeceu de riso com mais um falhanço "made in B"...

A Termodinâmica do B, na 3.1, era um fartote de riso. Certa vez andava ele de volta da lei dos gases perfeitos (PV =nRT), e um aluno disse do fundo da plateia que se a temperatura fosse zero o volume também teria que ser zero. O B fitou-o de longe, com aquele sorriso matarruano, e atirou, com doses industriais de escárnio e ironia: “ai se a temperatura foche zero o volume também era jero... então quer dizer que quando estão jero graus aqui a serra da Estrela desaparece”.
Quando o B se saiu com esta, a plateia desatou a gargalhar com estrondo. No fundo estavam todos rendidos à acutilância e ao sentido de humor do B que, com aquela piada, deixara o aluno sem conserto.
Mas eis que o aluno, ofendido pela forma como o B o expunha ao ridículo, se levantou, e, entre as gargalhadas que ainda ecoavam na sala, gritou furioso qualquer coisa como isto: “o professor deve estar a brincar comigo, então você não sabe que aqui a temperatura zero é o zero absoluto?! Estamos a falar de graus kelvin e você vem p’ráqui com os graus célsius, você devia era pensar bem antes de dizer asneiras!”
A sala ficou por um breve instante em silêncio, o tempo que durou até que todos checassem a equação da lei dos gases e percebessem que, afinal, ali o burro era o B e não o aluno. E eis que uma nova salva de gargalhadas bombardeou a sala, mas agora já com o B no papel de bobo da corte.
O B não se desmanchou e riu também, desculpando-se com o argumento de que só estava a brincar. Ele de facto tinha muito orgulho no seu sentido de humor saloio. 

Gondri


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