domingo, 26 de abril de 2020

SAUDADE

Estamos numa guerra, só que o inimigo é invisível. 
Esta guerra não se ganha com armas de guerra. Ganha-se com conhecimento médico e científico.
Foi preciso esta “guerra mundial”, para que o mundo parasse, para que cada um de nós parasse para olhar o presente sem saber o que esperar do futuro.

Uma coisa que eu sei, é que esta guerra servirá para inverter valores, pelo menos, assim espero.
Todos nós temos valores próprios, todos nós temos um conjunto de regras que consideramos importantes. São estes valores que influenciam o nosso quotidiano, que influenciam os nossos relacionamentos pessoais e profissionais.
Será que esse conjunto de regras, esses valores são exatamente iguais aos que tínhamos  há um mês atrás?
Penso que não.
Durante estes dias fomos invadidos por sentimentos de gratidão, partilha, humildade, solidariedade, tolerância, dignidade, amizade e de SAUDADE.

Nunca uma palavra teve tanto poder – SAUDADE. 
Saudade dos que perdemos,
Saudade do que tivemos,
Saudade de olharmos nos olhos,
Saudade de um abraço, 
Saudade de um beijo.

E é esta saudade que me reporta ao ano de 1986/1987, ano em que a Cidade Neve me acolheu e a UBI me recebeu como caloira de 2ª (fase). 

Foram anos intensamente vividos, muitas latadas, Bailes de Gala (recordo como se fosse hoje, o último Baile no Sanatório), Associações de Estudantes (mais tarde Associações Académicas), Conselhos Pedagógicos em representação dos alunos das Ciências Exatas, Senado da Universidade em representação dos Ubianos, Campeonatos Nacionais Universitários, “Moçoilas” e muitos desafios abraçados e superados.

Hoje, a minha saudade leva as minhas recordações a uma pessoa que me marcou, aquele que tão carinhosamente chamávamos de Ti Artur. Todos recordamos saudosamente aquele que foi o padrinho das “Moçoilas” e o padrinho de muitos de nós – Sr. Artur Cornélio.  
Muitas histórias para contar ... 


Uma vez UBIano, para sempre UBIano.

Ivone Silva Cristino
1613


1 comentário:

Nuno Miguel da Cruz Ramos disse...

Quem sabe escrever fá - ló facilmente, criando imagens que nos transportam ao longo do texto, como se estivéssemos a vivenciar o descrito.
A Ivone Cristino, dá- nos esse prazer.
Ela que iniciou o percurso associativo à minha beira, mas soube estar em vários planos, diferentes uns dos outros, o que revela uma capacidade metamorfósica estectacular.
Parabéns querida Amiga.
Que mantenhas o teu contributo sempre que possas e te dê prazer.