Nesta minha primeira intervenção em texto escrito em blogue, irei principiá- la pela génese da história.Situamo- nos na década de 80, várias e muitas transformações aconteceram.Causas próximas.O IPC que tão sobriamente soube nascer em meados dos anos 70 , pela mão do inesquecível, resiliente, Professor Drº Duarte Simões, passa a IUBI, tendo ao leme o indefectível, inquebrável, Professor Drº Passos Morgado, e a AE IPC por conexão transforma-se em AE IUBI.Assisti a todo este processo porque sou Covilhanense, por lá efectuei o meu percurso académico e após 74, no Liceu Nacional da Covilhã, tive vários professores da antiga estirpe, entre eles destaco a professora de Línguas Portuguesa e Francesa, Drª Lucinda Simões. Com ela , eu e os meus colegas fazíamos plateia após o toque de campaínha de saída, ouvindo histórias, projectos, projecções, da escola superior que tinha nascido na cidade, e dizia a Drª, esposa do Director da nova escola, que esta iría mudar o status quo da Covilhã e Beira Interior, puxar para cima, naquela altura com fábricas têxteis a encerrarem às dezenas, o desemprego e a fome instalando - se, sendo seu designe - o trazer e fixar massa crítica, formando e re - projectando a mono indústria existente, segundo conceitos europeus.Isto soava bem aos meus ouvidos.
Outro factor, foi ter assistido a colegas de Liceu mais velhos, entrarem para o IPC, o que levou a jogos em futebol de salão, andebol, voleibol, IPC * Liceu, jogos vividos intensamente. Recordo numa das equipes do IPC, FUT salão participarem, Rui Miguel, Rui Costa, João Girão, Aurélio Márcio, Francisco Podão e pelo Liceu, Júlio Nave, Celso Barreiros, Manuel Tavares e eu, futuros UBIanos.Este processo foi o tubo de ensaio para que eu ingressasse no IUBI em 1983, sem que antes tenha efectuado testes escritos no Instituto Superior de Educação Física em Lisboa, mas devido a problemas nos joelhos, aparecidos nesse verão, não pude efectuar os testes físicos obrigatórios, o que levou a fixar - me de vez naquela que me iria moldar para toda a vida, a nossa ESCOLA.Assim, na sequência da minha vida associativa liceal, fui convidado em 84/ 85 pelo Presidente da Associação a participar na direção, secção Desportiva e corpo de redacção do Boletim Informativo, primeiro jornal da Associação. Estavam lançadas as sementes para o meu natural processo Associativo, que muito me honra. Destaco, a Presidência em dois mandatos, elaboração e aprovação dos primeiros estatutos, as organizações das três primeiras Semanas de Recepção ao Caloiro, primeira presença em Conselho Pedagógico, primeira organização de uns campeonatos Universitários fora dos três grandes centros Académicos do país, o I Campeonato Futebol de Salão Universitário na Covilhã 1987 e membro fundador da FPDU, pertencendo ao Conselho Fiscal, mas também relembro com emoção a passagem do IUBI a UBI , sonho consumado pelo visionário Professor Drº Passos Morgado, nascimento da AE UBI e primeiro discurso de um elemento do corpo discente no dia da Instituição. Foi assim em 30 de Abril de 1987, enquanto Presidente da AE UBI, representei os alunos, discursei e recebi o então Presidente da República Portuguesa, Professor Drº Mário Soares, na primeira visita de um político às instalações da Associação.
Todo este processo foi gratificante!Todo este processo foi enriquecedor!Todo este processo granjeou- me amizades para toda a vida!Soube cultivá - las de facto, mas escolhê - las sem dúvida!Tive o privilégio de partilhar vivências com uma grande geração!Enormes Dirigentes e Grandes Amigos UBIanos!Fui acompanhando o trajecto da Associação. Logo em 1988 a AE UBI passa a AA UBI, outros acontecimentos se seguiram mantendo sempre o rumo bem traçado, sem desvios, a Queima das Fitas nasceu, Campeonatos Nacionais Universitários foram realizados na Covilhã, presença no Senado, e desde 1988, um dos três meus anseios tornou - se realidade, a primeira Tuna surgiu, outras surgiram nos anos seguintes, além de um côro, este desde finais de 80, o segundo anseio aconteceu, a sede da Associação instalou - se fora da Instituição, mas realço o surgimento de algo marcante, que desde 1985 tínhamos sempre na agenda nas reuniões com o Magnífico Reitor, o terceiro dos meus anseios, quiçá o mais carismático, a criação de um símbolo identitário: o TRAJE ACADÉMICO! Núcleos de cursos criaram - se, pólos desportivos e culturais, como os museus Têxteis fundaram-se. Tenho que realçar um dos últimos projectos, obra do anterior Presidente da AA UBI, o encontro dos Antigos Dirigentes Associativos, tendo já duas edições.A Universidade cresceu, mantendo a traça inicial, o que também tem peso na tradição, a continuidade veio pelo cunho do Professor Drº Santos Silva, que grande obra efectuada, seguindo-se o Professor Drº João Queiroz, sendo obreiro desta continuidade.Aqui chegados, ao presente Magnífico Reitor, Professor Drº António Fidalgo, desejo publicamente agradecer e enaltecer, pelo apoio prestado ao nosso Movimento, mas principalmente pela obra continuada e para a qual teve a Visão de saber rodear - se por uma Enorme equipe de UBIanos, Vice - Reitores.Bem - hajam.A UBI já produziu o primeiro Drº , Professor Drº Manuel José dos Santos Silva, que além de Aluno, Professor, Director de Departamento, Vice Reitor, foi Reitor, quer isto dizer, que sabe formar quadros. não sendo felizmente caso único.Somos, enquanto Instituição um caso de Sucesso!Saibamos continuar a alavancar e liderar toda uma região!ROTA UBIana!Pelo país e na última década pelo mundo, sobressaiem vultos, uns mais virtuosos que outros, mas todos com um sentimento comum, criado pela Tradição, pelos Valores, bebidos e apreendidos, que a UBI na sua continuada obra , a Praxe introduzida pela Associação, enquanto método de saber receber e integrar, o ambiente único da Cidade da Covilhã, a marca indelével da Beira Interior, das suas Gentes, das suas Tradições, Cultura, Gastronomia, nos soube transmitir.Soubemos, porque ensinados e bem encaminhados pelos pioneiros, Director, Reitores, Professores , Dirigentes Associativos, várias gerações de Alunos e Técnicos da Instituição,Criar uma Tradição.
É com naturalidade que nasceram os ENCONTROS UBIANOS e a Rota UBIana!
Pretende - se encontrar colegas de todas as gerações, de todas as faculdades, conviver, relembrar a UBI, onde houver UBIanos.
Razão porque se criou o LOGOTIPO ,o BLOGUE e virá em breve o HINO, para que tenhamos identidade!
No último mapa estatístico lançado no Blogue da ROTA UBIANA, aparecem UBIanos em vários países e continentes. Vamos contactar - nos nesta plataforma, fomentando o sentimento comum, partilhando vivências e dando a conhecer culturas diferentes, tornando todos mais ricos, mas levando até eles a Beira Interior, UBI, AA UBI, AUBI, Covilhã , das quais têm saudade.
PARABÉNS UBI em mais um memorável aniversário!
PARABÉNS UBIanos por manterem e saberem transmitir o UBIanimo!
Nuno Miguel da Cruz Ramos
nº 783 de 1983/ 84
2 comentários:
Estimado Nuno Ramos,
Caro amigo, colega e parceiro, a leitura do teu “artigo”, do teu “caminho”, tão grandioso, como solitário surpreendeu-me.
Surpreendeu-me por tão dispare, tão diferente do meu, tão preenchido de companheiros, amigos, colegas e parceiros, tão repleto de momentos, de amizade e de cumplicidade.
Todavia, a “ânsia” pelo reconhecimento, a urgência pela promoção, por vezes, como aqui, compromete a coerência, transparece a verdade, fruto do tempo sobre a história, vejamos :
“… dizia a Drª(Lucinda Simões), esposa do Director da nova escola, que esta iría mudar o status quo da Covilhã e Beira Interior, puxar para cima, naquela altura com fábricas têxteis a encerrarem às dezenas, o desemprego e a fome instalando - se, sendo seu designe - o trazer e fixar massa crítica, formando e re - projectando a mono indústria existente, segundo conceitos europeus…”
“…
Somos, enquanto Instituição um caso de Sucesso!
Saibamos continuar a alavancar e liderar toda uma região! …”
Afinal na génese da UBI, os objectivos traçados, nos 80’s, são coincidentes com as lacunas, em 2020 e, por isso, reitero, alguém, algures, no caminho, esqueceu, claramente, quais os desideratos da UBI …
Como é que uma Instituição que não respeita o seu desígnio, pode ser um caso de sucesso ?
Como é que uma Instituição que não cumpre o seu desígnio, se pode, arrogar a …
continuar a alavancar e liderar toda uma região?
Por fim, aconselho uma breve leitura do “excelente” artigo de Miguel Esteves Cardoso, em http://www.citador.pt/textos/o-engraxanco-e-o-culambismo-portugues-miguel-esteves-cardoso onde refere:
“… O pior é que a nossa sociedade não só aceita o culambismo como forma prática de subir na vida, como começa a exigi-lo como habilitação profissional …”
Fica bem
Vasco Silva
Mais uma intervenção excelente. Muito bom!
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